Cada povo tem o seu esporte preferido e aqui, no nosso Brasil, o futebol aparece à frente dos demais, sendo quase uma religião; o futebol foi mais uma criação do povo inglês mas acabou se espalhando pelos quatro cantos da terra, encantando multidões e envolvendo grande soma de dinheiro. Foi trazido para o nosso país por um inglês radicado em São Paulo e ganhou, rapidamente, as preferências do nosso povo.
Demorou muito para o Brasil ganhar um campeonato mundial apesar de ser um celeiro de craques; até quatro anos atrás ,a imprensa costumava lembrar o “fatídico 16 de julho de 1950” quando, em pleno gigante do Maracanã, construído e inaugurado para a copa do mundo de 1950, deixamos escapar o título de campeão para o vizinho e pequenino país Uruguai; o título não veio na copa seguinte, 1954, na Suíça, mas quatro depois, nos campos da Suécia, finalmente, passamos a ostentar o tão esperado título de campeões do mundo ; outros títulos vieram depois e estamos à frente no número de campeonatos conquistados; em julho de 2014, outra grande frustração, também em campos nacionais, a perda para a valente seleção alemã, emplacando sobre a nossa agremiação um humilhante 7 X 1, que nos fez esquecer os 2 X 1 de 1950. Agora estamos, novamente, às vésperas de um novo campeonato, que dessa vez será na fria e longínqua Rússia, com a sempre e persistente esperança de trazermos mais um título nessa modalidade que os cronistas costumam chamar de “esporte bretão”.
Durante a copa do mundo, observa-se que o povo brasileiro passa a ser tomado, de uma maneira rápida, por um sentimento de patriotismo; a bonita bandeira brasileira passa a tremular em todos os lugares da pátria, sentimento que não se observa em outras ocasiões, muito mais importantes que a disputa de um torneio de futebol, que tem sua validade, sim, mas dentro do campo dos esportes. A nossa história está repleta de fatos heroicos e bonitos, que deveriam merecer uma maior atenção e comemoração por parte do povo brasileiro.
Não sei se por falta, talvez, de uma exposição mais detalhada da nossa história ou, se, por uma decepção em relação aos políticos e à classe dirigente, vamos deixando de lado datas e fatos que deveriam merecer um maior enfoque e vamos desaguando todo o fervor cívico nos tentos marcados e nas grandes defesas dos goleiros, nos campos de futebol espalhados pelo país e pelo mundo.
Não estou, de maneira alguma, desestimulando nem criticando a alegria pela conquista de uma importante vitória na área dos esportes mas desejando que notáveis ganhos, em outras áreas, também merecessem o aplauso e o incentivo do povo brasileiro, levando-o a desfraldar a nossa bandeira e entoar o nosso hino nacional, um dos mais bonitos do mundo.
Esse civismo deve ser ensinado às crianças ainda em sua casa, pelos seus pais e continuada, principalmente, nas escolas para que o futuro adulto conheça melhor a sua pátria e dela passe a ter orgulho.
João Otavio Macedo.