No sábado passado, boa parte da população mundial acompanhou, pela televisão, a coroação de Charles III como o novo rei da Inglaterra, substituindo sua genitora, a rainha Elizabeth, falecida alguns meses atrás. Embora muitos dos presentes fossem contra a Monarquia, e isso foi mostrado pela televisão, encontravam-se, no entanto, em frente à “telinha” e outros, que moram ou estavam em Londres naquela data, disputavam um lugar privilegiado para assistir à passagem do rei e seu séquito, toldos ricamente vestidos, em carruagens impecáveis conduzidas por cocheiros acostumados com aquela pompa; militares e serviçais que participaram da solenidade também ostentavam o seu melhor fardamento. A coroação ocorreu no interior da igreja e assistida por cerca de cem chefes de Estado, convidados da realeza.
Nós, aqui no Brasil, não tivemos rei, mas tivemos imperador que comandava a monarquia, até que houve a proclamação da república, em 1989. No Reino Unido encontra-se uma das mais antigas e mais sólidas monarquias da Europa e a participação do povo inglês na formação das nações foi muito grande; sempre é citada a Revolução Industrial como uma grande colaboração da Inglaterra ao mundo e aquele pequeno arquipélago, comparando-se com várias nações de extensão territorial muito maior, aquela nação serviu de berço de inúmeras instituições parlamentares. A Inglaterra tem a monarquia como forma de governo e o sistema parlamentarista, ou seja, quem governa é o primeiro ministro; nós, por aqui, temos a forma de governo republicana e o sistema presidencialista; é bom? É ruim?
Como já tive oportunidade de opinar em outros artigos, sou inteiramente a favor do parlamentarismo, que permite contornar as crises políticas muito mais rápido e com menos trauma do que no presidencialismo, mas o povo brasileiro, em duas oportunidades, em plebiscito, decidiu não aceitar o parlamentarismo e continuamos presidencialista; a maioria das nações europeias é parlamentarista e, por lá, ninguém fala em retornar ao presidencialismo,
Não acredito que essa situação política venha a mudar, a não ser via congresso nacional; quantas consultas se fizer à opinião pública, dificilmente esta mudará de opinião. Para aqueles políticos que gravitam em torno do poder, buscando vantagens, é melhor o presidencialismo. Como as sociedades estão sofrendo grandes mudanças, as redes sociais estão, praticamente, em todos os lugares e influenciando, principalmente, a juventude, pode ser que esse assunto, a qualquer momento, vire uma discussão nacional e possa ser modificado.