Profissionais de saúde com Covid-19 expõem dilema da falta de proteção


No sul da Bahia, doença entre médicos, enfermeiros e técnicos


Infectados devem ficar ao menos 15 dias sem acompanhar demais pacientes

O número crescente de profissionais de saúde infectados pelo novo coronavírus, incluindo médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, mostram o nível da falta de Equipamentos de Proteção Individual, também entre os diversos municípios baianos. Até então, 102 em todo o estado, entre os quais estão pacientes da região sul.

Em Itajuípe, onde hoje foram confirmados mais dois casos, um deles é de uma trabalhadora dessa área. Na verdade, há um total de sete profissionais da saúde junto aos oito pacientes infectados na cidade.

Em Ipiaú, há 12 funcionários do setor com a Covid-19, após contágio no Hospital Municipal. O mesmo aconteceu com um médico na clínica particular São Roque, onde foi internada uma mulher que foi transferida para Salvador e faleceu dias depois.

Quilômetros adiante, mas também no sul baiano, segundo familiares, uma profissional de Floresta Azul foi contaminada pela doença durante atendimento em Itabuna.

Em Ilhéus, foram recentemente confirmados dois casos de médicos infectados que atendiam num posto voltado exclusivamente para atender a policiais militares. Mas ainda não se sabe em que ponto da cidade eles foram infectados, já que a “terra da Gabriela” chegou à marca de 55 infectados.

Semanas antes, um médico foi contaminado na Unidade de Pronto Atendimento do município e, em seguida, uma técnica de enfermagem de Itabuna foi diagnosticada após contato no mesmo espaço de trabalho com o médico ilheense. No total, o sul e extremo-sul da Bahia têm nesta sexta-feira 187 infectados e sete mortos em 27 municípios.

Para a presidente do Sindimed (Sindicato dos Médicos da Bahia), Ana Rita Luna, segue uma ação civil em que se pede o remanejamento de médicos acima de 60 anos com doenças pré-existentes.

“Solicitamos também, por meio de ofício, tanto para a Sesab quanto para a prefeitura, uma linha direta de comunicação com números atualizados dos profissionais médicos infectados com Covid-19, a fim de que a gente possa mapear melhor e pensar nas políticas em relação a esses profissionais”, diz a líder sindical, acrescentando o médico, enfermeiro ou técnico contaminado tem ao menos 15 dias de prazo para retornar ao atendimento direto.