Por Kiko de Assis
Itabuna acorda diferente e respira novos ares. O resultado da eleição mudou de forma radical o tabuleiro de xadrez há anos matando e ressuscitando os mesmos ocupantes do Centro Administrativo Firmino Alves. Na penúltima eleição o ocupante era Vane do Renascer e, todas as fichas foram depositadas na mudança de uma gestão que eliminaria a possibilidade de retorno das “velhas” raposas da política de “Tabocas”. Ledo engano, Vane, ressuscitou TODOS com uma gestão pífia, sem pulso e sem paixão pela administração. Todos os aliados de primeira hora mandavam e desmandavam na gestão e o resultado foi a mais frustrante passagem pelo executivo da história de Itabuna. Ele, Vane, conseguiu trazer para a ribalta, Fernando Gomes, Azevedo e Geraldo Simões, todos já embalsamados e recolhidos aos seus sarcófagos… Foi nesse momento que Itabuna perdeu! Não poderia vir dessa triste realidade nada de novo, nada transformador. Vane seria naquele momento o começo do fim. E por pouco não entramos no sofismático discurso da mudança…
Não se trata de maniqueísmo ou julgamento do porvir. O fato é que esses citados já tiveram suas oportunidades, e não foram poucas, para mostrar a real competência de cada um… Mas vou abrir aqui um parênteses para ilustrar uma máxima usada na campanha do alcaide mor de tabocas, Fernando Gomes; ele, Fernando, usou na campanha um slogan muito curioso, diria até incoerente: VOTO DE GRATIDÃO! Gente! Quem deve ter gratidão ao povo é ele! E não o contrário! Ele foi capa de revista de circulação nacional como o MARAJÁ do Brasil! O maior salário do país como prefeito de Itabuna e você pobre eleitor é que tem que ser grato? Ele fez muito pouco durante esses mais de 20 anos recebendo do POVO uma fortuna. Poderia fazer muito mais e não fez! Não há que ter gratidão e sim uma ostensiva cobrança pelo que você paga e não tem retorno… Mas as urnas responderam e corrigiram essa distorção.
Creio que agora passa por Augusto Castro essa avaliação, se enterra e devolve aos sarcófagos os embalsamados ou dará sobrevidas a eles. Uma gestão propositiva e focada no silogismo da campanha anulará em definitivo a “velha” política de Tabocas.
Os erros estão postos como exemplo a não ser seguido. Humanizar a relação servidor/usuário e dar o tom austero da gestão é o pontapé inicial para o sucesso. E creiam, não há um único Itabunense que queira o fracasso desta gestão. O desacerto de Augusto penaliza toda a cidade.
E quanto aos “novos” que de forma corajosa colocaram seus nomes (em meio a uma pandemia), para propor mudanças importantes, fortalece a democracia, por isso devemos parabenizá-los. Pois, sem renovação não há discussão acerca das necessidades que permeiam os vários redutos e cantos da cidade. Foram corajosos e merecedores do respeito de todos. Creio, inclusive, que muitas das propostas elencadas durante a campanha deveriam ser estudadas e implantadas pelo novo gestor. Há uma contribuição exeqüível e consistente deixada por esses…
Outro fenômeno apontado negativamente na campanha foi “colar” no presidente Bolsonaro. Em todo o Brasil o recado ficou claro que a forma negacionista de governar não está surtindo efeito político. O país precisa de humanidade, principalmente durante uma pandemia! Precisa de um governo que acene para soluções e deixe as discussões político/sucessórias para o momento adequado. Cuidar das pessoas precede siglas e disputas eleitorais e foi o que aconteceu. A politização da grave crise sanitária acabou por naufragar os sonhos de muitos que empunharam a bandeira bolsonarista.
Enfim, Itabuna acorda revigorada e esperançosa de um tempo literalmente novo, sem dicotomias e hipotecando de forma absoluta o apoio ao vencedor do pleito. Que seja prudente, austero, humano e eficiente no trato como as adversidades. Boa sorte, Augusto. Traga-nos leveza, competência e confiança!