Quase 60 estupros e outras 400 agressões à mulher em Ilhéus; professora analisa cenário


Números expostos na Câmara mostram extensão da violência contra mulher em 2018


A professora e socióloga Flávia Alessandra de Souza explanou sobre panorama da violência contra mulheres negras

Durante sessão pelo Dia da Mulher Afro-latinoamericana e Caribenha, em 25 de julho, o vereador Makrisi Sá apresentou dados sobre violência contra a figura feminina divulgados pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM). Em 2018, foram registrados um feminicídio, 59 estupros, 21 de exploração sexual, 399 agressões físicas e, 21 casos de assédio sexual. “As mulheres são diariamente vítimas de violências diversas”, afirmou Makrisi.

Ainda de acordo com o vereador, Ilhéus conta hoje com a Frente Parlamentar Municipal em Defesa de Políticas Públicas para as Mulheres e Pelo Enfrentamento à Violência Doméstica. “O objetivo é ser um espaço de debate constante e permanente, onde as mulheres possam elevar suas pautas a níveis mais práticos”, explicou.

Afro-latinoamericana e Caribenha

Também naquela sessão ordinária, foi celebrado o Dia da Mulher Afro-latinoamericana e Caribenha, com um pronunciamento da professora e socióloga Flávia Alessandra de Souza, coordenadora do Comitê Mulheres da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc). O convite para a explanação foi feito à professora pelo vereador Makrisi Sá.

Em seu discurso, a doutora em Sociologia relatou as circunstâncias para a criação da data. Comemorada em 25 de julho, é um marco internacional da luta e da resistência da mulher negra. Trata-se de um dia estabelecido durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latinoamericanas e Afro-caribenhas, em Santo Domingos, República Dominicana, no ano de 1992.

A professora mostrou de forma sintética o panorama histórico que por anos violou e violentou as mulheres negras. Alessandra chamou a atenção para o fato de ser necessária a manutenção de políticas afirmativas para mulheres negras que sofrem com o racismo institucional, violência doméstica, feminicídio, menos oportunidade na educação, salários inferiores aos praticados no mercado de trabalho, entre outros.  A professora também lembrou que no Brasil a data também homenageia Tereza de Benguela, importante líder quilombola no século 18.