A família e os amigos da pequena Esther dos Santos Guimarães, de 8 anos, estão engajados em uma campanha para que ela faça exames e alcance um tratamento contra uma alergia a glúten. O problema, diagnosticado há dois anos, leva a crises que impossibilitam a criança de caminhar e causa fortes dores abdominais e articulares (que só passam com o uso de morfina).
Segundo a mãe, Aline Guimarães, a garota não pode tomar sequer medicamentos que tenham glúten, além de não poder ingerir alimentos com a substância. É o caso de trigo, centeio, cevada, aveia, mate, embutidos, enlatados e industrializados. “A alimentação é bem restrita e cara!”, conta a mãe, que decidiu colocar à venda o “Juju Gourmet da Esther”.
Sem glúten, sem água e sem açúcar, tem juju nos seguintes sabores: abacaxi com pedaços; mousse de limão; ninho com pedaços de morango; coco com goiabada; coco com doce de leite; puro coco; choco black (chocolate black com pedaços black); Black White (chocolate branco com pedaços black). Como sugere o slogan, “não basta ter sabor, tem que ter qualidade e fazer bem à saúde”. Cada um custa R$ 2,50.
“No nosso juju não adicionamos água e por isso eles ficam super cremosos; também não adicionamos açúcar, mas ele ainda assim é doce devido à sua fabricação ser à base de leite em pó, leite condensado e outros ingredientes”, detalha Aline, sobre a convidativa receita.
Com a renda da comercialização do doce, a expectativa é arrecadar em torno de R$ 5 mil a R$ 6 mil, para a filha passar por um especialista em Salvador, dia 11 de abril. Quem quiser experimentar a delícia – com sabor extra de solidariedade – pode ligar para (73) 99118-9358.
Batalha pela vida
Até para auxiliar outros pais que passem pelo mesmo problema, contemos a história desde o início. Aline Guimarães relatou ao Diário Bahia que Esther tinha uma dor de barriga que não passava de forma alguma. Ela foi levada a médicos, mas eles diziam que era refluxo. Em seguida, a menina começou a ter dores nas articulações e os pais cogitaram a possibilidade de ser chicungunya (doença provocada pelo mosquito aedes aegypti).
“Desde os quatro anos, Esther relatava que sentia dor de barriga e todo pediatra dizia que era refluxo. Até os seis, nós tratamos o refluxo; até aparecerem as complicações maiores, que foram as dores articulares. Logo em seguida, veio o derrame articular. Então, ela vinha apresentando sintomas, mas nós não sabíamos que era da doença celíaca. Na verdade, nós nos acomodamos com o diagnóstico que ouvíamos. Fazia exame de intolerância à lactose, não dava, mas aos seis a questão começou a se elevar e descobrimos o que ela realmente tinha”, recorda a mãe.
Certa feita, o clínico geral recomendou a procura de um ortopedista. Este, por sua vez, aconselhou a busca de um reumatologista e tal profissional mandou que a família acionasse um neurologista e depois, um alergologista. “Foram passando … até chegar a um gastroenterologista, que identificou a doença em alto grau. Até descobrir isso, durou três meses com minha pequena sem andar e sentindo dores”, recorda Aline.
Após esse histórico de batalha em busca de um diagnóstico, os pais Evaldo e Aline Guimarães agora lutam para que a filha chegue até Dr. Aderbal Sabra, titular da Academia Nacional de Medicina e professor titular de Pediatria, Gastroenterologia e Alergia Alimentar da Universidade do Grande Rio. A consulta de Esther dos Santos Guimarães já está marcada e agora só resta à comunidade contribuir com a causa.