As chamadas “águas de março” sempre trazem um sabor especial para os comunicólogos formados no sul da Bahia. Neste 2019, então, o mês é ainda mais simbólico. Porque faz 20 anos da primeira aula no curso de Comunicação Social da Uesc (Universidade Estadual de Santa Cruz). A faculdade, com habilitação em Rádio e TV, teve como professores fundadores Carlos Eugênio Baptista (in memoriam), Marlúcia Mendes da Rocha e Otávio Filho.
Como está chegando o outono – por que não um trocadilho? –. Esta faculdade entregou frutos sólidos ao mercado da região, da Bahia, do Brasil. Da primeira turma, da qual fez parte esta jornalista que vos escreve, saiu a repórter e apresentadora Auriana Bacelar, com passagens pela TV Sul Bahia (então afiliada do SBT), TV Cabrália e, mais recentemente, TV Grande Rio, afiliada da Rede Globo em Petrolina (PE). Também vem desta época a repórter e apresentadora Carolina Lima, que passou pela Record TV e hoje é editora na Rede Bahia, afiliada da Rede Globo neste estado.
“Fazer o curso de Comunicação sempre foi um desejo meu, desde o ginásio. Já estava me preparando pra ter que morar fora de Itabuna. Mas, felizmente, no ano que terminei o ensino médio, chegou o curso na Uesc. Ser da primeira turma teve seu lado bom e ruim. O ruim foi não poder contar com um curso bem estruturado. O bom foi abrir caminho para outros estudantes que vieram. Desbravamos e fizemos história! Fui e sou uma apaixonada pela comunicação. Ouvir pessoas, conhecer lugares, contar histórias, mostrar realidades… amo tudo isso e me realizo nessa profissão”, afirma, com olhar brilhante, Auriana Bacelar.
Também na tela
Lembrando turmas seguintes, também está no mercado, como apresentadora e repórter, Carolina Rosa, que começou na TV Santa Cruz e seguiu para a TV Bandeirantes. Já Aracelly Romão, atuou na TV Aratu, em Salvador, e foi para a citada TV Grande Rio; Raquel Rocha é apresentadora na TV Itabuna e também assina documentários; Flaviny Najara, ex-TV Santa Cruz, é hoje editora na Rede Bahia. Allen Lins leva música e entretenimento no canal fechado Multishow e na Kiss FM (rádio rock de São Paulo).
“Desde novo, tinha facilidade de me comunicar com as pessoas, sempre fui muito sociável e já sentia que meu caminho profissional, mais tarde, seria a comunicação. E o curso da Uesc foi o pontapé que eu precisava. Lá pude me preparar para ser um bom profissional e poder transmitir as informações nas mais diferentes linguagens, com segurança, coerência e ética”, analisa Allen Lins.
Outro nome também de notoriedade é da repórter Camila Oliveira, que já passou pela Rádio Difusora, TVI e TV Santa Cruz, em Itabuna, e em 2018 seguiu para a Rede Bahia, em Salvador. De lá, segue assinando reportagens em rede nacional, inclusive para canais de esporte, como o SporTV.
Professores e técnicos experientes
Vale lembrar que a qualidade do curso de Comunicação, cuja vasta estrutura foi sendo montada a cada semestre, contou com a labuta de profissionais com currículo robusto – sobretudo, cabe ressaltar, com experiência prática.
Entre os técnicos, podemos citar Emiron Gouveia, com bagagem desde quando a televisão chegou a Itabuna e até hoje responsável pelas ilhas de edição, e Kenji Yamakoshi, que passou pela então Rede Manchete, TV Cabrália e hoje está de volta à região, num projeto de expansão da TVI (TV Itabuna).
Além dos professores fundadores Carlos Eugênio, Marlúcia e Otávio, já nominados acima, podemos citar os jornalistas Renata Smith, Dirceu Góis, Betânia Villas Boas, Nane Albuquerque e Rita Virgínia Argollo, presentes desde a primeira turma. As três últimas, por sinal, ainda integram o quadro de docentes do curso.
“Ao longo desses anos, enfrentamos muitos desafios. No entanto, podemos elencar uma série de conquistas. Temos um curso maduro, com produção consistente, materiais premiados, pesquisas alinhadas com o contexto social, econômico, político e cultural contemporâneo, egressos compromissados com a transformação social. Ex-alunos espalhados pelo mundo, mestres, doutores, profissionais do mercado … Outros que voltaram e hoje são nossos colegas de carreira acadêmica. Por esse ângulo, dá imensa alegria olhar pra trás, perceber o quanto foi realizado, e também enxergar que pela frente há ainda bastante por ser feito”, avalia a professora Rita Virgínia, que já coordenou o colegiado do curso e agora está, também, à frente da Editus (Editora da Uesc).
Hoje, além da moderna estrutura de equipamentos, o curso da Uesc dispõe de verdadeiros laboratórios onde os alunos podem colocar em prática os projetos que elaborarem a partir da base proporcionada pelo conhecimento teórico. Ah! Boa parte das produções deles está disponível através da Rádio Uesc e TV Uesc, entre outros canais oferecidos pela internet (a tão revolucionária Rede Mundial de Computadores, que abriu uma gigantesca janela de prós e contras ao longo destas duas décadas).