Lúcio Vieira Lima fala sobre missão de Juvenal Maynart na Ceplac



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Lúcio Vieira Lima, deputado federal

 Por Ederivaldo Benedito

 

Levar crédito ao produtor de cacau, para que ele possa investir em suas propriedades é, segundo Lúcio Vieira Lima, uma das missões do novo diretor geral da Ceplac, Juvenal Maynart, em Brasília. “A questão do crédito é crucial para o soerguimento da lavoura e a Ceplac, que tem hoje uma nova estrutura regimental dentro do Ministério da Agricultura, é o órgão de Governo responsável por esse novo estágio”, afirmou o deputado federal baiano. Nesta entrevista, o parlamentar, que é presidente do PMDB da Bahia, defende a união dos segmentos da cadeia produtiva em torno do projeto de revitalização do principal organismo federal em atuação na região, destaca a implantação, no eixo Ilhéus/Itabuna, do Parque Tecnológico da Universidade Federal do Sul da Bahia, e diz que o futuro da cacauicultura – e o orçamento da Ceplac para 2017 – estão sendo discutidos pelos ministros Geddel Vieira Lima e Nelson Barbosa com o relator-geral do orçamento de 2017, senador Eduardo Braga, e parlamentares das bancadas dos Estados produtores de cacau.

 

O que efetivamente muda no cenário do cacau com a indicação de Juvenal Maynart para dirigir a Ceplac em Brasília?

Com Juvenal Maynart a Ceplac está em boas mãos. Juvenal é um técnico altamente qualificado, bem articulado, conhecedor da nossa problemática e com bom trânsito na cadeia produtiva do cacau. Ele que tem prestígio político tanto em nível estadual quanto federal e chega à direção da Ceplac, em Brasília, respaldado e referendado pelo ministro Geddel Vieira Lima, e com apoio dos agricultores, das bancadas baiana e das regiões produtoras de cacau. Juvenal tem experiência, passagem pelo setor de crédito do Banco do Brasil e pela própria Ceplac. Ele é neto e filho de produtores de cacau, conhece o universo do cacau e é o nome certo no lugar certo.

A lavoura cacaueira enfrenta uma serie de problemas. Quais são as prioridades?

As duas prioridades e as suas missões de Juvenal na direção da Ceplac, em Brasília, são: revitalizar a Ceplac e levar crédito agrícola ao produtor de cacau. O sul da Bahia vive uma fase difícil e enfrenta grandes dificuldades econômicas. A questão do crédito é a que mais preocupa os cacaucultores hoje. E a prioridade é atender essa reivindicação da lavoura e transformar a Ceplac num organismo mais atuante. A Ceplac precisa ter um novo regimento interno para se adequar a realidade agrícola e se ajustar à sua nova estrutura dentro do Ministério da Agricultura, e nós estamos lutando para que isso aconteça. Juvenal Maynart dará uma grande contribuição nesse sentido. Em 2012, ele levou para a Conferência Rio+20, no Rio de Janeiro, o sistema cacau-cabruca e expôs o projeto ao mundo. Estabeleceu, também, uma perfeita parceria com a Universidade Federal do Sul da Bahia, levando para dentro da Sede Regional da Ceplac os cursos de Engenharias Florestal e Agrárias, e o Parque Tecnológico, unindo os o sistema acadêmico da região.

E como está a Ceplac em sua nova estrutura dentro do Ministério da Agricultura?

A Ceplac está e preservada e fortalecida. Em setembro último, um decreto governamental deu nova estrutura regimental ao Ministério da Agricultura e diz que a Ceplac tem dentre outras como competências, executar ações para fortalecimento voltadas para o cooperativismo e o associativismo nas regiões brasileiras produtoras de cacau, como forma de promover o desenvolvimento rural sustentável e o aperfeiçoamento da cadeia produtiva do setor. Esse foi um grande avanço para a cacauicultura brasileira, mas temos muito a fazer. A Ceplac precisa urgentemente e de maneira radical, dinamizar suas ações relacionadas à pesquisa, ao desenvolvimento e á inovação, à transferência de tecnologia e à assistência técnica, à extensão rural e à qualificação tecnológica agropecuária. Mas, o Governo confia na competência de Juvenal para mobilizar produtores e trabalhadores do cacau, servidores e autoridades regionais e elaborar um projeto de recuperação da lavoura e revitalizar a Ceplac.

E qual é o papel do produtor de cacau nesse contexto?

Um papel fundamental. O segmento dos produtores deve ser o ator principal do processo do cacau. Os agricultores e os trabalhadores rurais são os públicos-alvo da Ceplac. Esses segmentos estão se organizando e querem ser ouvidos. Cabe a nós buscar uma unidade em torno do projeto Ceplac, envolvendo os produtores tradicionais, os agricultores familiares, os trabalhadores e os empresários urbanos. Se todos estiverem unidos e falando a mesma língua, a cacauicultura brasileira sairá fortalecida e o cacau é que ganhará. O momento é de união, ação e buscar soluções para o cacau. Os produtores querem crédito para melhor investir em suas propriedades, querem assistência técnica de boa qualidade prestada pela Ceplac e uma Ceplac cada vez mais forte. E é isso que o Governo, por meio do Ministério da Agricultura, tem que oferecer em curto e em médio prazos. Uma Ceplac forte e uma universidade Federal dinâmica, juntas prestando servido à comunidade.

E a questão dos recursos financeiros? a Ceplac enfrenta problemas relacionados ao seu orçamento…

O Governo está atento à questão e o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, sabe da importância histórica da Ceplac. O agronegócio é prioridade no Ministério e o cacau é o nosso agronegócio. O orçamento da Ceplac é preocupante. Mas, o ministro Geddel Vieira já levou a questão ao conhecimento do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, e tratou com ele a situação do orçamento do órgão para o próximo ano. Com o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), relator-geral do orçamento de 2017, ele está discutindo a possibilidade de um ajuste no orçamento da Ceplac. As discussões têm a participação do senador Romero Jucá, líder do PMDB e presidente nacional do partido, e de parlamentares das bancadas dos Estados produtores de cacau.