
A diarista Tereza Maria dos Santos tem 53 anos. É separada e mora com a filha de 14 e o neto, de apenas cinco meses de idade. Com uma renda mensal de aproximadamente R$ 500, os três, para sobreviver, dependem da renda de R$ 202,00, pagos pelo Programa Bolsa Família, do Governo Federal. E, mesmo assim, segundo ela, o dinheiro, muitas vezes, não dá para cobrir todas as despesas com supermercado, gás, água e energia.
Tereza está entre as milhares de pessoas que temem perder o benefício na Bahia, estado com o maior número de cartões cancelados em todo o país. Mais de 55 mil pessoas perderam o benefício. Outros 77 mil foram bloqueados. Em Itabuna, onde a diarista mora, o governo já cancelou 759 benefícios e bloqueou 935. Em Ilhéus, foram cancelados 667 benefícios e bloqueados outros 746.
Trata-se da Operação “Pente Fino”, que vem sendo realizada desde junho desse ano pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA). Entre as irregularidades apontadas, a maioria está ligada aos beneficiários com renda per capita maior que o limite de R$ 170 mensais. Por isso, os benefícios das famílias com recursos superiores a meio salário mínimo foram automaticamente cancelados este mês. Muitas pessoas só saberão disso quando forem sacar o beneficio, a partir do próximo dia 17, quando começam os pagamentos de novembro.
Irreversível
Quem teve o benefício cancelado não há mais o que ser feito, pois a medida é irreversível. No entanto, os beneficiários que tiveram os cartões bloqueados podem tentar reverter o quadro. Basta que procurem a unidade do Bolsa Família e apresentem os documentos que comprovem renda familiar até o limite estabelecido.
No caso de Itabuna, o atendimento é feito na Secretaria de Assistência Social (SAS), na rua Piauí, 140, bairro Jardim Vitória, e também nos três Centros de Referência da Assistência Social (CRAS): no Jardim Grapiúna, Nova Ferradas e Sinval Palmeira (no CEU).