Mosquito da dengue, zika e chikungunya: Itabuna beira 30% de infestação



Levantamento sobre infestação do Aedes aegypti em Itabuna - Foto Gabriel de Oliveira (6)
O maior índice de infestação foi no bairro Santo Antônio (Foto: Gabriel de Oliveira/Arquivo)

Segundo resultado divulgado nesta terça-feira (16), o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) demonstra que continua alto nos domicílios de Itabuna: 29,8%%. O mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus ocasionou uma epidemia de grande proporção até o início deste ano.

A Secretaria Municipal de Saúde ressalva, porém, que ao longo do ano foram desenvolvidas ações de combate e feito todo um esforço de campo por parte dos Agentes de Endemias.

Ainda conforme a Secretaria, o LIRAa se refere ao mês de julho e os índices estão acima do recomendado pelo Ministério da Saúde. O secretário municipal de Saúde, Paulo Bicalho, diz que esse alto índice se deve à longa estiagem dos últimos oito meses na região sul do Estado e à crise hídrica enfrentada pelo município, que comprometeu o abastecimento da população com água tratada. Consequentemente, houve armazenamento de água inadequado nos domicílios para o consumo diário.

“Infelizmente tivemos condições que favoreceram a renovação dos criadouros do mosquito em praticamente toda a cidade. Isto contribuiu para aumentar o índice de infestação, o que nos preocupa bastante” lamenta o secretário de Saúde.

Ele informa ainda que a pesquisa amostral demonstra que a grande maioria dos criadouros do Aedes aegypti foi encontrada em vasilhames dentro das casas, a exemplo de baldes e bacias, ao nível do solo e de fácil acesso aos mosquitos, principalmente nos bairros mais afastados e nas partes altas da cidade.

 

Cinco casos

O secretario diz, entretanto, que, apesar do índice alto das larvas, as doenças causadas pelo mosquito estão sob controle. Foram notificados apenas cinco casos da dengue no bairro Santo Antônio. Mas alerta: “As famílias em toda a cidade não devem vacilar. É preciso continuar vigilantes, cuidando para que sejam eliminados os criadouros que estão dentro das casas”, observa Paulo Bicalho.

“Também estamos fazendo nossa parte”, afirma o secretário de Saúde, ao adiantar que o município adquiriu novos equipamentos de trabalho para os Agentes de Endemias – kits com uma mochila e todo material necessário para o combate ao vetor das arboviroses – e ainda ganhou o reforço de 70 agentes aprovados no concurso público realizado pela Prefeitura de Itabuna. Os novos servidores, inclusive, estão passando por treinamento durante toda esta semana.

A Secretaria Municipal de Saúde anunciou outra ação importante que será iniciada a partir de segunda-feira, dia 22. Será a entrega de 5.860 novas capas para cobertura de tanques e reservatórios adquiridas pela Prefeitura, cuja distribuição começará pelo bairro Santo Antônio, que neste LIRAa registrou maior índice de infestação predial.

 

Bom trabalho

Paulo Bicalho disse ainda que está rediscutindo com a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) e com o Governo Federal novas estratégias de ação para os próximos meses visando o controle das arboviroses e o efetivo combate ao mosquito transmissor dessas doenças. “Não vamos permitir que Itabuna volte a enfrentar uma nova epidemia, como a que ocorreu no inicio do ano, quando milhares de pessoas foram vitimas das arboviroses. Mais do que nunca precisamos contar com a cooperação da população”, disse o secretário.

O secretário de Saúde recorda o bom trabalho realizado pelo Departamento de da Vigilância Epidemiológica quando, em menos de dois meses, os agentes visitaram um total de 102.578 imóveis cadastrados em Itabuna, durante mutirão dos 45 dias. Apenas 8,1% ficaram na pendência das visitas por estarem fechados. O número está abaixo do previsto pelo Ministério da Saúde, que é de 10% dos imóveis.

“As equipes de Agentes de Combate às Endemias realizaram um bom trabalho de campo no prazo estipulado. Houve dedicação, comprometimento e compromisso. Por isso, apesar do alto índice de infestação, o município não tem registrado novos casos das doenças provocada pelo mosquito Aedes aegypti. Esperamos continuar contando com o apoio da comunidade para que possamos respirar mais aliviados nos meses que se seguem, principalmente com a chegada dos períodos de temperatura mais quente”, concluiu Paulo Bicalho.