O risco de um relacionamento abusivo, com ciúmes, brigas e agressões, não é realidade apenas nos relacionamentos heterossexuais. Tal como ocorrem os feminicídios, os homossexuais também estão expostos a assassinatos, como tudo indica ser circunstância da morte do comerciante Adelino Batista de Oliveira, de 54 anos.
“Bujão”, como era mais conhecido, tinha um relacionamento com um rapaz que é usuário de drogas e costumava extorquir dinheiro dele para sustentar o vício. Quando as pessoas próximas o aconselhavam a se afastar, ele falava do sentimento que o mantinha preso àquela relação. Já ocorreram episódios semelhantes, com o mesmo fim, em Itabuna e tantos lugares Brasil afora. Alguns crimes elucidados, outros não.
Mas fica a imagem da pessoa batalhadora, empreendedora, alegre e brincalhona na maior parte do tempo. Ele costumava ir para a AFC (Associação dos Funcionários da Ceplac) no final de semana, quando dava show de dança e atraía a atenção do público. Por isso, era figura conhecida.
Também era presença, todos os anos, na Parada Gay, quando abusava da criatividade lutando por respeito e inclusão. Nas campanhas políticas encontrava oportunidade para manifestar sua posição e debater ideias – sempre com humor, dando vazão à indiscutível felicidade pela vida.