Campanha Janeiro Branco aponta estratégias em nome da saúde mental



A psicóloga Lucycléa Almeida deseja ver o “Janeiro Branco” virar lei em Itabuna

Já experimentou compartilhar emoções, revelar medos, angústias, ansiedade e, também, as alegrias? Pois este é o mote de mais uma edição da campanha Janeiro Branco, encampada por psicólogos. Em Itabuna, a mobilização envolve palestras, rodas de conversa e um lema: “Falar é terapêutico”. Na tarde deste sábado (27), o psicólogo soteropolitano Ely Samuel participará de um bate-papo na Praça Rio Cachoeira, exatamente para encorajar pessoas a falarem de si.

A também psicóloga Lucycléa Almeida esteve no Diário Bahia para tratar desse assunto. Ela reforça o quanto é importante a prevenção à saúde mental. Na medida em que as pessoas dão mais atenção ao estado emocional, elas podem evitar doenças, como depressão e transtorno bipolar, entre outras.

Junto com as colegas de profissão Ana Cláudia Moura e Carolina Loureiro, ela participou de encontros na LBV (Legião da Boa Vontade), além de escolas e outras instituições. A ideia do grupo é dar continuidade ao trabalho, no sentido de despertar a população a abrir as emoções e, assim, impedir o desenvolvimento de patologias.

Um segundo objetivo é buscar apoio político para ser legalmente estabelecido o “Janeiro Branco” na cidade. A partir daí, seriam realizadas atividades para alcançar um público maior e, consequentemente, uma conscientização mais ampla sobre o tema.

Prevenção versus medicalização

Segundo Lucycléa, um argumento forte sobre a importância da prevenção é justamente evitar o recurso à medicalização. Por meio do amparo psicológico, diz, é possível “resgatar o sujeito dentro do sofrimento”. Ou seja, há caminhos para sanar dificuldades e/ou doenças emocionais, sem necessariamente fazer uso de remédios.

Ela constata que, sobretudo na atualidade, as pessoas vivem as chamadas dificuldades do social, as imposições do ter, a busca incessante para atender aos apelos do consumismo. Por isso, uma pergunta é frequente, inclusive nas palestras que visam estimular uma autorreflexão: “O que você deixou de ser quando você cresceu?”.

Sinais a observar

A psicóloga alerta para sinais que os indivíduos devem levar em consideração, no que se refere às questões emocionais. “É preciso dar nome à dor. E não precisa algo grave acontecer para buscar ajuda profissional”, aconselha. Entre os referidos sinais, citemos alguns:

– Impaciência para ouvir um idoso ou uma criança;

– Impossibilidade de dar conta das demandas da rotina;

– Insônia;

– Isolamento;

– Falta de apetite