“A juventude precisa reformular o jeito de se fazer democracia em nosso país”. A incisiva frase é da candidata a deputada estadual Karyna Duarte Alcântara (PPS), de 23 anos, que entra pela primeira vez em uma corrida eleitoral. Ela diz ter plena consciência de que estamos cansados da poluição sonora e ambiental durante esse período, cansados de corrupção e dos mesmos nomes.
Para Karyna, o fato de ser mulher e jovem lhe traz ônus e bônus na disputa. “Hoje mais do que nunca as mulheres conseguem enxergar a importância e necessidade de se ocupar os espaços”. Sobre ser jovem, opina, “é ter a esperança, a energia e a vontade de ver e fazer as coisas serem diferentes que no atual cenário político brasileiro”. A candidata reconhece, por outro lado, ser difícil conseguir espaço para o que é novo na conjuntura política que temos.
Quando o Diário Bahia perguntou se ela sempre sonhou com uma candidatura ou alguém lhe incentiva agora, revela que o sentimento de impotência e de angústia na política foram as maiores motivações dela. Ao mesmo tempo, lembra que a origem lhe serviu como base. “Vivi num contexto familiar muito bom, tive exemplos de sobra; meus pais, Anísio e Leninha Alcântara, sempre estiveram envolvidos na luta por um país livre e mais justo”, ressalta.
Ela também cita a irmã mais velha, Mariana Alcântara, presidente municipal do PPS em Itabuna. “Com sua ética, coragem e dedicação, é para mim um exemplo de ser humano”. E considera que a inspiração na política e seu candidato a deputado federal é Joceval Rodrigues. “Ele confiou em mim e me mostrou que isso era possível”.
Educação e igualdade
Graduada em Saúde pela UFSB (Universidade Federal do Sul da Bahia) e estudante do 3º ano de Medicina na mesma instituição, Karyna Alcântara é feminista, integrante do coletivo NegreX e tem como principais bandeiras educação, saúde e igualdade social. “Acredito que hoje a maior preocupação da juventude é o acesso ao mercado de trabalho e para isso é necessário que medidas sejam tomadas onde passamos a maior parte de nossas vidas, nas escolas e universidades”, argumenta.
Especificamente sobre a igualdade social, a candidata defende que precisamos garantir que as leis já existentes se façam efetivas. “Garantir que o jovem trabalhador, a jovem mãe, o jovem da periferia consigam conciliar seus estilos de vida com os estudos, consigam arranjar um emprego, entre tantas outras dificuldades que impedem o avanço na conquista de espaço para os jovens em toda a Bahia”.
