Greve em empresa de ônibus beira 10 dias sem acordo em Itabuna


Funcionários rejeitaram proposta de receber em “blocos” diferentes, devido ao descumprimento de datas até aqui


 

Após nove dias com os ônibus na garagem, os funcionários da empresa São Miguel realizaram hoje (29) uma assembleia e reiteraram: só voltam ao trabalho com os salários na conta. A informação foi dada há pouco ao Diário Bahia, por telefone, pelo presidente do Sindicato dos Rodoviários em Itabuna, Arlensen Nascimento.

Ele relatou que a viação havia proposto pagar os funcionários no dia 31 de janeiro, depois mudou para 03 de fevereiro e, por último, sugeriu pagar os cerca de 300 empregados “por blocos”. Em três dias consecutivos, começaria quitando a remuneração da equipe interna; na data seguinte, os motoristas e, por último, os cobradores.

Segundo Nascimento, o salário do motorista é de R$ 1.787,00, o do cobrador, R$ 1.076,00. Ambos recebem ticket-alimentação de R$ 420,00. Já aqueles lotados em funções internas, recebem valores variáveis, a partir de um salário mínimo.

“Não sobra nada”

O pagamento dos salários é sempre dividido em duas parcelas: 50 por cento no dia 20 e o restante no quinto dia útil de cada mês. “Mas no quinto dia vêm os descontos. Muitos têm empréstimos consignados e vêm com salário zerado; não sobra nada. Não tem mais hora extra, a empresa troca por dia de folga”, constata o sindicalista.

Ele lembrou que, no último sábado (25), veio uma liminar judicial determinando que 70 por cento dos 46 coletivos da “São Miguel” passassem a circular nos horários de pico. Mas, reunida em assembleia, a categoria decidiu não acatar tal medida. “Os trabalhadores perguntaram: por que a decisão não veio para a empresa pagar nosso salário atrasado?”, indaga Arlensen Nascimento.

Frota em circulação

Afora os ônibus da referida empresa, operam outros 46 da viação Sorriso. Esta disponibilizou mais cinco veículos para compensar a ausência da concorrente. Mas a providência, supõe o sindicalista, deve ter afetado as folgas dos rodoviários. Porque eles também atuam no regime de compensação em lugar de horas extras.

A greve dos rodoviários começou quando não foi paga a habitual quinzena, sob alegação de que houve um erro na operação bancária.