Com diploma da faculdade Orange Coast College, na Califórnia, ou diante da Calçada da Fama, em Hollywood, o itabunense Giovanni Costa Massa exibe duas missões: contar histórias por meio da “telona” e a defesa da natureza do sul baiano. O profissional, de 26 anos, contou ao Diário Bahia sobre caminhos que pretende abraçar.
Giovanni é originalmente bacharel em Cinema e Audiovisual, pela Universidade Federal de Pelotas-RS; atualmente trabalha como editor de vídeos e colorista, nos Estados Unidos. Em 2019, ele fez um estágio em Hollywood num lote de gravações para canais de TV como a CW (que faz a série “Flash”) e onde foi gravado o filme que concorreu ao Oscar “A Rede Social”, e a série de TV “True Blood”. “Estar lá naquele espaço por alguns meses foi uma experiência incrível!”, descreve, emocionado.
Para situar o leitor sobre os laços familiares, este jovem entrevistado é filho de Luigi Massa (presidente da ATIL – Associação de turismo de Ilhéus) com a empresária Regina Lúcia Costa, da Agência Marco Pólo Turismo, e primo do ex-candidato a prefeito de Itabuna, Zem Costa.
Dirigir para contribuir
O rapaz conta que já atuou em muitas áreas do mercado, desde a produção de vídeo e áudio à edição. Mesmo reconhecendo que já pensou em atuar e admitir que “leva jeito”, confessa que estar nos bastidores lhe desperta mais encanto. “Acredito que meu lugar e a minha paixão está mesmo atrás das telas, contando as histórias que precisam ser contadas, escrevendo e dirigindo para o cinema”, revela.
Além disso, conta o porquê da preferência dele no universo tão vasto do audiovisual. “Eu amo a narrativa visual e especialmente de que formas criativas podemos trabalhar com ela; espero ainda inspirar muitas pessoas com as histórias que tenho pra contar. Pois acredito que do mesmo jeito que diz o ditado ‘a arte imita a vida’, a arte das músicas, pinturas e filmes que assistimos também nos inspira a viver melhor e mais felizes”, filosofa.
Da imensidão que vem conhecendo – desde a teoria até a prática –, Giovanni acredita estar na direção e na narrativa visual o caminho para melhor contribuir com a sociedade. “Elaborando storyboards e criando uma densa simbologia visual para os filmes”, planeja, confessando ainda ter a natureza como uma segunda paixão. “As praias e Mata Atlântica da minha amada Bahia… Meu objetivo de vida seria poder proteger essas regiões ameaçadas do mundo e conscientizar as pessoas a amar e proteger a natureza da mesma forma”, completa.
Ao cinema brasileiro
Também perguntamos a Giovanni Massa que olhar ele tem sobre o cinema brasileiro, após a experiência em Hollywood, berço dessa arte no mundo. E ele chamou a atenção para o nível do que é produzido por aqui, inclusive frente às limitações financeiras enfrentadas.
“Eu acho que o cinema brasileiro tem uma qualidade artística e narrativa incrível, mesmo levando em conta a quantidade de produções americanas, que é tão maior. Ainda assim, conseguimos lançar filmes como Bacurau (2019) e Democracia em Vertigem (2019), que ganham reconhecimento mundial em Cannes [festival de cinema na França] e no Oscar. Se você pôr em perspectiva a quantidade de filmes produzidos no resto do mundo, essas são façanhas realmente fantásticas para uma indústria tão pequena quanto a brasileira”, avalia.
Ele pondera, também, que infelizmente a falta de apoio à indústria nacional nos últimos anos vai afetar muito a produção de cultura. “Mas esse é um país incrível com um povo extremamente criativo, portanto, em breve o Brasil se recuperará, tenho a certeza!”, afirma, esperançoso.
Deixa, ao final, uma mensagem que bem pode servir de inspiração à geração dele – e às demais também, é claro. “A educação foi essencial para mim; então, torço por um Brasil com escola acessível a todos e para um futuro novamente alinhado ao desenvolvimento sustentável e consciente!”.