O segundo turno que intitula o comentário de hoje é o da eleição que elegeu Bolsonaro. O disse-me-disse e o chororô continuam apimentando a discussão sobre o processo eleitoral de 2018.
O lulopetismo fica tiririca da vida quando é responsabilizado pela vitória do então candidato Jair Messias Bolsonaro, que vibrou quando soube que Fernando Haddad, tido como o “poste” do ex-presidente Lula, seria o adversário do segundo turno.
A preocupação no staff bolsonarista era com Ciro Gomes. As pesquisas de intenções de voto, incluindo aí as de consumo interno, apontavam que o postulante do PDT ganharia para Bolsonaro na segunda etapa eleitoral.
Ora, até as freiras do convento das Carmelitas sabem que o antipetismo, que se agigantou com os escândalos envolvendo os governos de Lula e Dilma, foi o maior cabo eleitoral da campanha de Bolsonaro. Nos bastidores, lideranças lúcidas do PT admitiam que a alta rejeição ao partido e a Lula causariam a derrota de Haddad.
Agora vem Lula dizendo que a culpa pela vitória de Bolsonaro deve ser atribuída a Ciro Gomes e FHC. O pedetista por ter ido para Paris e deixado o coitadinho do Haddad a ver navios. O tucano-mor por ter anulado o voto.
Sobre Ciro: “O Ciro Gomes embarca para Paris e agora dizer que Lula é o culpado?”. Sobre FHC : “Não tem vergonha um cidadão de 80 anos anular um voto, como é que pode?”.
Lula parece desmemoriado. Aliás, depois que deixou a prisão, passando 580 dias na sede da Polícia Federal em Curitiba, o ex-presidente vem dando declarações estranhas, provocando cada vez mais o isolamento político do PT dentro do campo de centro-esquerda.
O que é que Lula quer? Que Ciro Gomes, depois de todas as malvadezas que o lulopetismo fez com sua candidatura, continue conversando com o lulopetismo, cuja soberba é a marca maior? Que Fernando Henrique Cardoso esqueça do “Fora FHC”?
A sabedoria popular costuma dizer que “quem pariu Mateus que balance”. Portanto, cabe ao lulopetismo balançar Luiz Inácio Lula da Silva.