ANIVERSÁRIO E ALGUMAS HISTÓRIAS IV


"em foco as quatro mais antigas instituições itabunenses, todas que fizeram um século"


RUA DA JAQUEIRA

Quem, senão tu, Rua da Jaqueira

Lama e poeira, na memória,

Menina de tranças verdadeiras

Aureolando rostos que se foram

 

Continuando nossa conversa sobre o aniversário de nossa Itabuna, trago, hoje, versos de mais um poeta itabunense, Telmo Padilha, e assim vamos abordando fatos, instituições, pessoas, todo esse universo que é nosso, a nossa cidade, o nosso município, a nossa gente, enfim, as coisas que dizem respeito à nossa história.

Hoje colocaremos em foco as quatro mais antigas instituições itabunenses, todas que fizeram um século de existência e que ainda estão de pé, graças ao trabalho daqueles que, desde o início, têm se dedicado, com afinco, pela sua existência.

A instituição mais antiga de Itabuna é a Associação Comercial, hoje chamada de Associação Comercial e Empresarial de Itabuna, e que, dias atrás, trocou seus dirigentes, com os jornais chamando a atenção da eleição para presidente, do empresário Mauro Ribeiro, como o mais novo presidente da história da entidade. A Associação Comercial, que inicialmente chamou-se União Comercial, foi fundada a 14 de junho de 1908, antes mesmo, portanto, da emancipação política de Itabuna, sendo criada, justamente, em um momento difícil, quando os comerciantes de então viam-se às voltas com o abusivo imposto de consumo cobrado pelos prepostos do Estado.

A partir de 02 de fevereiro de 1920, trocou o nome para Associação Comercial de Itabuna. Inaugurou a sua bonita sede, à rua Osvaldo Cruz, a 30 de setembro de 1934, sendo substituída pelo prédio atual, na década de oitenta. O que muitos não sabem é que a Associação Comercial, atendendo às queixas dos seus associados quanto aos atos de roubo e furto que ocorriam na cidade, criou a Guarda Noturna Comercial, que muitos e bons serviços prestou à coletividade enquanto funcionou, até a década de sessenta.

A 30 de novembro de 1913 era criada a segunda mais antiga instituição de Itabuna, a Sociedade São Vicente de Paulo, a primeira entidade beneficente local, graças à visão do Monsenhor Moysés Gonçalves do Couto, o mesmo que, quatro anos depois, lideraria a fundação da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna. Os vicentinos, como são chamados os que fazem parte da Sociedade São Vicente de Paulo, entre outras realizações, foram os responsáveis pela instalação do Colégio Divina Providência, em 1924, embrião do primeiro ginásio da cidade, o Ginásio Divina Providência.

No dia 28 de janeiro de 1917 era fundada a Santa Casa de Misericórdia de Itabuna graças à liderança do citado Monsenhor Moysés Gonçalves do Couto, contando com a ajuda de pessoas importantes da jovem cidade. O primeiro hospital da cidade, o então Santa Cruz, pertencente à Santa Casa, só seria inaugurado no dia 7 de setembro de 1922. O Cemitério do Campo Santo, também da mesma Santa Casa, teria a sua inauguração a 7 de setembro de 1925. Por várias vezes, nas páginas do Diário Bahia e de outros veículos de comunicação, já contei, amplamente, a história da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna inclusive, publicando três livros sobre a instituição.

Finalmente, a quarta instituição mais antiga local, a Sociedade Montepio dos Artistas, criada no dia 01 de novembro de 1919, reunindo os artesãos da jovem cidade. A sociedade, passado um século de existência, permanece de pé, ocupando uma sede própria no calçadão da Ruy Barbosa, que foi inaugurada no dia 7 de setembro de 1922, tendo passado por algumas reformas. No dia 7 de setembro de 1925, a Sociedade Montepio organizou a filarmônica Euterpe de Itabuna que, por muitos anos, abrilhantou, com seus dobrados e marchas, as festas cívicas e religiosas da cidade. A filarmônica ainda existe, com as dificuldades encontradas, também, por outras congêneres.

E assim, nesse passeio pelo passado, colocamos em foco as quatro entidades mais antigas da nossa Itabuna sendo muito justo que, no bojo das festividades que certamente ocorrerão no seu aniversário, essas instituições sejam citadas, até como reconhecimento a seus fundadores e mantenedores.