Sérgio Moro (Podemos), Rodrigo Pacheco (PSD) e João Roma (Republicanos) são os três pré-candidatos mais citados na imprensa que podem procurar outro caminho no pleito de 2022.
Os dois primeiros, o ex-juiz da Lava Jato e o presidente do Senado, deixando de postular o comando do Palácio do Planalto. O ministro da Cidadania desistindo da candidatura ao governo da Bahia.
Em comum entre os três, a mesma conclusão quando conversam com seus próprios botões: a de que não será eleito, que a pré-candidatura está sendo usada e manipulada para outros fins.
Gilberto Kassab, dirigente-mor nacional do PSD, teve sua intenção de indicar Pacheco para ser vice de Lula frustrada com as manobras do PSB de filiar Geraldo Alckmin e lançá-lo como companheiro de chapa do petista. Os coordenadores da campanha de Moro, já prevendo que ele será um desastre nos debates, fazem pesquisas para saber por qual Estado sua candidatura a senador tem mais viabilidade eleitoral. João Roma se silencia diante da notícia de que sua esposa, Roberta Roma, pode ser vice de João Leão, vice-governador e a maior autoridade do PP da Bahia, cuja candidatura à sucessão de Rui Costa é dada como favas contadas por Jabes Ribeiro, ex-prefeito de Ilhéus e secretário-geral da legenda.
Vale lembrar – é o que sempre faço quanto cito o Partido Progressista (PP) na sucessão estadual – que a sigla é a mais influente do Centrão, a que Bolsonaro é mais refém, literalmente dominado. O PP de Ciro Nogueira e Arthur Lira, respectivamente ministro da Casa Civil e presidente da Câmara dos Deputados, tem o controle não só político como administrativo do governo federal. Até a peça orçamentaria saiu da alçada do ministro Paulo Guedes (Economia), que já deixou de ser o todo poderoso do governo para ficar sob a batuta da Casa Civil, hoje o “Posto Ipiranga” do presidente Jair Messias Bolsonaro, cuja reeleição está cada vez mais longínqua.
Bolsonaro vai buscar o segundo mandato, o desejo de permanecer por mais quatro anos no Alvorada pelo PL, partido de Valdemar da Costa Neto, um dos protagonistas do mensalão, sem dúvida o maior escândalo do então governo do PT. Em priscas eras, o “mito” de Valdemar era Lula. No momento é Bolsonaro. Amanhã pode ser outro. O oportunismo desse pessoal do toma lá, dá cá, é inominável.
Moro, Pacheco e Roma vivem o mesmo dilema: do parece, mas não é. Mas só o tempo, como senhor da razão, vai dizer se eu estou errado na minha modesta intuição política.
Bom dia! Bom dia!