A história sociocultural da Região Cacaueira baiana que tem como seu eixo histórico os municípios de Ilhéus e Itabuna contada pelo Projeto Histórias Grapiúnas – Pesquisa está disponível ao público por meio do site www.historiasgrapiunaspesquisa.com.br. Com patrocínio da Bahiagás, através do mecanismo estadual de fomento à cultura (FazCultura), o projeto lança um olhar crítico sobre a idealização de uma civilização cacaueira, batizada de Grapiúna no início do século XX, região que, em sua construção histórica oficial foi erguida com base na política do coronelismo e na economia do cacau.
O site conta com publicações de artigos e dissertações, acervo de filmes, indicações de sites e acervos relacionados à pesquisa e uma minissérie no _podcast_ Enfiados na Lama – tudo isso buscando valorizar investigações e narrativas sobre o desenvolvimento histórico e cultural desta região e sua constituição em relação às referências afro-brasileiras, indígenas e populares. “Fizemos um levantamento aprofundado e crítico da história oficial da região contada por um grupo de homens brancos, advindos do sertão sergipano, que migraram para o Sul baiano com a intenção de conquistar e colonizar a terra, construindo suas riquezas através do cacau. Mas, apesar do cacau, enquanto uma commodity, ter sido o responsável pelo repentino desenvolvimento econômico da região, as influências afro-brasileiras, indígenas e populares em sua tradição cultural e artística também contribuíram para este feito”, revela o cineasta e coordenador do projeto, Carlos Ortlad.
Por isso, o projeto de pesquisa ressalta a importância da valorização da identidade desses povos. “Entrevistamos artistas, professores, militantes e lideranças locais buscando também outras referências para compreender a origem da Região Grapiúna, advindas de quilombos, aldeias, assentamentos e outras formas de organização popular”, explica o cineasta e roteirista Gabriel Galego.
MINISSÉRIE
Além do site, o Histórias Grapiúnas – Pesquisa também vai contar com uma minissérie do _podcast_ Enfiados na Lama, produzida pela Carranca Produções. A minissérie dirigida e roteirizada por Gabriel Galego, com leituras dramáticas de Thali Lua e Nicole Leão e produção de Rafael Melo tem o objetivo de condensar, através da linguagem do podcast, a pesquisa realizada durante o projeto. “Os roteiros foram montados combinando trechos da literatura sul baiana, com autores modernos e contemporâneos, com trechos das entrevistas realizadas durante a execução do projeto de pesquisa na região cacaueira”, adianta Gabriel Galego.
O Histórias Grapiúnas foi coordenado por Carlos Ortlad e Gabriel Galego, com pesquisas feitas por Lucca Fernandes, Wenderson Ribeiro e Rafael de Souza, além de consultorias com Glicélia Tupinambá, Talita Arruda e Marina Tarabay. Os web designers Guilherme Fontes e Edelsio Lima fizeram o site-acervo e a produção ficou a cargo de Felippe Calazans, Carlos Ortlad, Marcos Alves de Souza, Nahraujo e Mano.
O projeto é uma realização da FLIP em parceria com a Praça Produções Culturais e Carranca Produções, contando com patrocínio da Companhia de Gás da Bahia e do Governo do Estado, através do Fazcultura, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda.