Augusto Castro avisa: efeitos do “toque de recolher” serão reavaliados em 7 dias


Tentativa de conter avanço expressivo da Covid em Itabuna


O prefeito Augusto Castro ressalta a expectativa de que as medidas restritivas contenham o avanço da Covid-19 em Itabuna (Foto: Pedro Augusto)

Os resultados do “toque de recolher”, iniciado nesta sexta-feira (19) em Itabuna, serão reavaliados na semana seguinte, conforme disse o prefeito Augusto Castro (PSD), logo após a entrevista coletiva em que foi anunciada a medida. A providência, adotada no município – tal como em nível estadual –, tem o intuito de conter o avanço nos casos de coronavírus.

Conforme decreto publicado no Diário Oficial do Município, o “toque de recolher” ocorrerá das 22 horas às 5 horas da manhã, inicialmente desta sexta até a quinta-feira da semana seguinte (25). Fica determinado que os estabelecimentos comerciais (inclusive bares, restaurantes, shopping, academias e igrejas) deverão fechar às 21 horas. Já os ônibus, excepcionalmente, poderão circular até 22 horas.

Alerta em números

A decisão decorre dos números que apontam Itabuna como a segunda colocada em novas infecções no estado. A situação tem preocupado as autoridades de saúde, políticas, bem como a população como um todo.

Medidas se justificam em caráter de urgência, sobretudo porque mantém-se o cenário de leitos 100 por cento ocupados nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva), tanto nos hospitais de Base Luís Eduardo Magalhães, Calixto Midlej Filho e Manoel Novaes, bem como a crescente ocupação nos leitos clínicos e na UPA (Unidade de Pronto Atendimento), localizada no bairro Monte Cristo.

“Nos reunimos terça-feira [dia 16] com o Comitê de Combate à Covid, com representantes de toda a sociedade e da Prefeitura, para avaliar medidas restritivas. O decreto que sai no início da sexta-feira restringe horários, porque a cidade vive um momento muito difícil. Acho que sete dias é um período tolerável; dá pra segurar um pouco, para a gente avaliar num segundo momento essa reunião do comitê, pra sentir a queda. Espero que haja queda nessa quantidade de casos”, afirmou.

População como aliada

O prefeito referiu-se, ainda, à instalação de dez leitos clínicos no Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães e a contratação de mais profissionais de saúde. A unidade municipal, vale lembrar, recebe pacientes de Itabuna, de municípios circunvizinhos e até de fora da região.

“Nós cumprimos a decisão conforme o Comitê de Combate à Covid, para evitar aglomerações; as pessoas que estão fora de Itabuna, abri novos leitos, para a população ter tranquilidade. Com a volta do transporte público também vamos manter um controle através da Settran [Secretaria de Transporte e Trânsito], para o uso do álcool em gel. Isso tem nos preocupado muito, essa doença mata. As pessoas estão procurando o Hospital de Base atrás de respiradores, de oxigênio, a medicação já chegou…”, completou.

O gestor fez um apelo para que o itabunense seja um aliado para evitar aglomerações, assim como não relaxar em medidas como uso de máscara, álcool em gel e higienização das mãos. “Quero pedir o apoio de toda a população de Itabuna, tenho certeza que ela vai contribuir com essa medida que estamos tomando. Precisamos realmente dessa medida amarga nesses sete dias, pra conter o avanço da Covid. Esses sete dias é pra avaliar esse pico de aumento que a cidade está recebendo”, disse Augusto Castro.

Ele também mencionou a imunização ainda insuficiente, diante do volume de pessoas que tanto aguardam para “blindar”-se contra o temido vírus: “A vacina chegou, mas é muito pouca a quantidade e nesse momento não dá pra vacinar toda a população. Então, [agora] vamos funcionar o que é essencial: restaurantes, farmácia e até os ônibus vão encerrar às 22 horas”.

Especificamente sobre os serviços em delivery, o prefeito deixou claro que a pretensão é permitir que funcionem até mais tarde, para que possam atender aos pedidos de acordo com as necessidades das pessoas. Por isso, o decreto ressalva: “Excepcionalmente, ficam autorizados, durante os horários de restrição, os serviços necessários ao funcionamento das indústrias e Centros de Distribuição e o deslocamento de seus trabalhadores e colaboradores”.