Já disse aqui que virei brizolista em decorrência da preocupação que Leonel de Moura Brizola tinha com a educação. “A educação é a prioridade das prioridades”, dizia o saudoso gaúcho, o único político eleito pelo povo para governar dois estados, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
A educação é tudo. Sem ela, o caos. Pelo andar da carruagem, esse não é o pensamento do presidente Jair Messias Bolsonaro, que parece inerte diante da crise educacional, principalmente nas universidades federais.
Esses bloqueios orçamentários são vergonhosos. Ora, que faça cortes em outros setores, que enxugue as contas públicas de outra maneira. Na educação, não.
Para piorar o problema, o Ministério da Educação, sob a titularidade de Abraham Weintraub, está achando que a solução é pelo viés ideológico, que os culpados pela tragédia são os alunos e professores filiados a partidos de esquerda.
Mas o que chama mais atenção, é o fato do presidente Bolsonaro, mesmo depois de toda maldade que estão fazendo, ainda não ter conversado com o ministro Weintraub, o que leva a dedução de que a maior autoridade do Poder Executivo concorda com as decisões do seu subordinado.
Bolsonaro não pode transformar Weintraub em um Paulo Guedes (Economia), sem dúvida o único ministro “imexível”. Quando questionado sobre um possível aumento de impostos para cobrir o gigantesco rombo nas contas públicas, o presidente usa a expressão “da minha parte” para descartar qualquer possibilidade de novo imposto ou aumento dos que já existem.
Esse “da minha parte” é a prova inconteste de que Paulo Guedes, quando o assunto diz respeito a economia, é o presidente da República de fato. A opinião do seu chefe não conta.
Vamos torcer para que Bolsonaro não use o “da minha parte” com o ministro Weintraub, sob pena de levar o país para a beira do abismo.
Sem educação, não tem salvação. É o caos.