As “dores e delícias” sentidas por 48 mulheres formam o livre e leve combustível de “Escrevendo para elas”, primeiro livro da poetisa Cínthia Fragoso. Publicada pela Editora Palavra e Verso, a obra tem ilustrações inéditas num passeio ao longo de 112 páginas.
Definindo-se também como professora e agitadora cultural, a escritora está se formando em Letras pela Uesc (Universidade Estadual de Santa Cruz) e até aqui tinha deixado a digital em antologias, como “Desabrochar” e “Sororidade em plena calamidade” (Editorial Casa de Bonecas).
Ela nasceu em Guanambi, mora em Itabuna e faz parte da Academia Internacional de Literatura Brasileira (AILB), em New York. E escolhe um jeito singelo para contar o começo da carreira. “No período inicial da pandemia eu criei coragem para começar a divulgar essas minhas divagações, também como forma de desabafo, mas principalmente por acreditar que a literatura gera identificação”, recorda.
Palavra como vento e fogo
A autora busca inspiração em temáticas ligadas ao universo feminino e às mulheres pretas, presentes no tipo de literatura que ela mais consome. “Eu amo escrever e enaltecer o feminino. Mas, da mesma forma que utilizo minhas letras para engrandecer seres, também denuncio o que repudio. Então também tenho produções sobre intolerância religiosa, racismo, misoginia, entre outros temas”.
Cínthia Cleane Bonfim Fragoso traz um jogo de palavras para resumir algo que lhe traduz: “Tenho o cuscuz com café como religião, a poesia como destino e a educação como missão”. Além disso, é claro, confessa o que deseja transmitir com sua poesia.
“Gosto de pensar que minha palavra é vento e fogo na mesma proporção. O vento pode acalentar um dia muito quente, ou destruir estruturas velhas e arcaicas. Assim como o fogo numa lareira pode ser a cura no inverno, a volúpia entre lençóis, ou em último caso o incêndio capaz de derrubar para trazer algo novo. Quero que minha escrita alcance quem lê. Independente de como. A literatura está aqui para isso. O texto sai da gente de uma forma e o leitor o transforma a partir do seu mundo. Enquanto eu puder, quero que minha linguagem seja acessível, para poder trazer conforto e amor em tempos carentes de afeto e de realismo científico como esses que estamos vivendo”, elabora.
O livro “Escrevendo para elas” pode ser encomendado tanto de forma impressa como em e-book