Se houvesse o segundo turno na sucessão municipal de Itabuna, dificilmente um candidato ganharia logo na primeira etapa, alcançando mais de 50% dos votos válidos.
Outro ponto é que não haveria uma disputa no round final entre Fernando Gomes (sem partido) e Capitão Azevedo (PL), ambos atingidos pelo forte sentimento de mudança que toma conta de uma parcela considerável do eleitorado disposta a não votar em quem já comandou o cobiçado centro administrativo Firmino Alves.
Não há espaço suficiente para acomodar o atual e o ex-gestor. O reduto eleitoral é o mesmo, o campo é do populismo. Vale lembrar que Azevedo é cria política de Fernando. O criador e a criatura.
Como não há segundo turno no processo sucessório de Itabuna, a possibilidade de um ser o primeiro e o outro o segundo nas pesquisas de intenções de voto é remotíssima. Percentualmente, diria 1%, só para não dizer que é zero.
A entrada do prefeito no jogo, buscando à reeleição, tentando quebrar o tabu do segundo mandato consecutivo, foi uma péssima notícia para o azevismo. Pessoas mais próximas do militar, em conversas reservadas, admitem a dificuldade de Azevedo passar para o “segundo turno” com Fernando na disputa.
Na sucessão de Itabuna, segundo turno é sinônimo de quem vai ficar mais próximo do candidato que se encontra na dianteira. No cenário do momento, quem vai polarizar com o médico Antônio Mangabeira (PDT), cuja opinião de que é o único nome que pode evitar o sexto mandato de Fernando é quase que unânime. Aliás, no staff fernandista, a única preocupação é com o prefeiturável do PDT.
É evidente que o cinetismo do processo político, as surpresas e os sobressaltos inerentes ao traiçoeiro e movediço mundo da política, podem mudar o cenário. Mas tudo caminha para uma polarização com Mangabeira, seja com Fernando Gomes, Azevedo ou outro candidato.
Esse “outro candidato” é um enigma. Talvez Augusto Castro, do PSD do senador Otto Alencar, presidente estadual da legenda. E por falar em Castro, a chamada frente composta pelo PT, PSB, PCdoB e PSD esfriou de vez.
Ainda tem o chamado voto útil ou estratégico, cuja finalidade é evitar que um determinado candidato ganhe. Mangabeira vai ser beneficiado pelo voto do antifernandismo, que pode se transformar no maior “cabo eleitoral” da sua campanha.
No mais, muita paciência. Esperar novos desdobramentos das conversas que estão freneticamente acontecendo, o que não impede que o comentarista político faça suas análises, suas previsões para o futuro dentro de uma certa lógica, responsabilidade e respeito com o leitor.