O ex-prefeito Jabes Ribeiro (PP), que despachou no Palácio Paranaguá em quatro mandatos, tece duras críticas ao atual gestor, Mário Alexandre (PSD). Quando perguntado sobre o imbróglio envolvendo servidores contratados na décadas de 1980, demitidos e readmitidos, ele opina: “Isso é falta de comando! Não tem comando, não tem liderança; infelizmente, o prefeito não exerce esse papel e quando isso ocorre, vira uma espécie de vale-tudo”.
Opositor declarado do prefeito desde o pleito de 2016, o político afirma, numa espécie de constatação, algo como: “Eu avisei!”. Em entrevista ao Diário Bahia, ele argumentou: “Nós estamos enfrentando essa realidade e nós avisamos: ele não tinha experiência necessária, nem ao mesmo tempo as condições mínimas para um administrador público de uma gestão, de um projeto de poder, não tem! Eu lamento!”.
Como se tentasse ser um tanto diplomático, ele ressalva: “Pessoalmente, me dou bem com ele, mas a análise que eu faço é do que acontece. Essa conversa de que foi outro, foi outro, ninguém agüenta mais isso”.
Jabes, experiente, nas “quedas-de-braço” comuns à política, elenca pontos como a jogar um pouco de brilho sobre as administrações por ele assinadas. “Até porque eu governei Ilhéus, tive todas as dificuldades, mas não me queixei, não demiti ninguém, mantive os salários absolutamente em dia, fiz uma reforma tributária necessária, atraí investimentos na área de moradia e tantas outras áreas. Deixei a Prefeitura, que eu recebi com o índice de pessoal em 70%, deixei em 54,5%”.
Só na articulação
Diante dos firmes argumentos, indagamos: Com esses resultados, significa que o senhor já está fazendo a população se lembrar numa tentativa de voltar? Mas, ele contrapõe, citando 2020 e já anunciando um aliado: “Eu não quero voltar; não serei candidato. O candidato nosso é o ex-vice-prefeito Cacá. Ele construiu as condições, tem direito a essa disputa pelo que ele fez como vice-prefeito, pela sua lealdade, seu trabalho, seu amor a Ilhéus”.
Quando quiser saber se Jabes Ribeiro está, como se diz popularmente, “pendurando as chuteiras” para disputas, ele acenou para uma visão mais ampla do processo político. “Não, eu não quero mais fazer disputas eleitorais. Sob o ponto de vista da participação política, sou secretário-geral do PP na Bahia, faço articulação do partido no estado junto ao governador [Rui Costa], junto às bancadas federal e estadual, estou contribuindo na organização do partido para as eleições municipais”, detalhou.
O ex-prefeito também aproveitou para mencionar as pré-candidaturas abraçadas pelo PP na região. “Em Itabuna mesmo, teremos candidato a prefeito, estamos indicando um menino jovem, provedor da Santa Casa, com muita vontade de servir ao seu povo…”. E completou: “Acho que estou fazendo algo que me deixa absolutamente feliz. Para você exercer a política, não precisa necessariamente ser candidato; muitas vezes você faz isso com absoluta compreensão da experiência, do tempo que gastou nessa caminhada. Nas eleições de prefeito, Cacá foi o segundo mais votado, agora para deputado foi o segundo mais votado da cidade, então, ele ganhou o direito de ser o nosso candidato a prefeito de Ilhéus”.