Um dos nomes já ventilados entre os pré-candidatos a prefeito de Itabuna é do vereador Júnior Brandão (PT). Mas será que ele deseja disputar com o aval do partido ou pretende mudar de legenda? Em busca de uma resposta para esta questão, o Diário Bahia conversou com o edil. Ele foi, digamos, cauteloso, mas sinalizou que pretende, sim, colocar o nome na disputa.
Brandão está no terceiro mandato (não consecutivo) na Câmara, sendo que os dois últimos foram pelo Partido dos Trabalhadores. Perguntamos, então: caso o PT não abra espaço para ser candidato, o senhor sairá do partido? Ao que ele argumentou, numa linha de quem já trabalha pelo convencimento.
“Estou à disposição do partido. O partido é formado por várias tendências, com seus deputados federais e estaduais. Temos buscado conversar com todas elas. Creio que estamos mais maduros, reflexivos e dispostos a aprender com as adversidades passadas em eleições municipais anteriores. Mas não sou o dono do partido … Quero ajudar na formação de um bloco de partidos que possa dirigir nossa cidade para todos. O que não é fácil”, observou.
Para onde irei?
Quando quisemos saber quais siglas já lhe ofereceram legenda para ser candidato, o vereador itabunense que almeja ser prefeito contou: conversas vêm acontecendo, por exemplo, com o PPS. Mas não deixou claro que nível de discussão ocorre, nem se envolveria a ida dele para outro “ninho”. E semeia ideias, também, junto ao pretenso futuro eleitor.
“Estamos iniciando diálogo com algumas lideranças, pré-candidatos(as) e com partidos políticos. Também temos conversado com a sociedade civil organizada, com profissionais liberais, servidores públicos, empresários, religiosos e com o cidadão(ã) do centro e dos bairros. E estamos dispostos a conversar com outros partidos ou pessoas que escolherão partidos, nas eleições 2020, para um entendimento. Mas precisaremos do respaldo, no caso de uma coligação majoritária, do Partido dos Trabalhadores. Já iniciamos um diálogo com o PPS”, elaborou.
Entre companheiros
Ciente de que tem até março de 2020 para decidir se continua no PT ou “bate voo” para outra legenda, Júnior Brandão ainda tece entusiasmados comentários sobre o partido em que segue filiado. Também o faz referindo-se aos correligionários de maior visibilidade no momento.
“Estou para somar com outros partidos que se preocupem com o bem-estar da maioria dos Itabunenses. Nosso partido obteve mais de 47 milhões de votos, nas eleições presidenciais de 2018, com Haddad. E, na Bahia, o governador Rui Costa levou no 1º turno. Mas sempre com uma composição de partidos afinados com o programa de governo do Governador”, pontuou.
Consciente de que, em âmbito local, outro “companheiro” sempre conduziu a nau petista, ele completou: “Itabuna já foi administrada, pelo PT, por dois mandatos, com o companheiro Geraldo Simões”.
Por falar em Simões, o vereador pré-candidato mencionou a experiência como secretário de Esporte numa gestão dele e considera ter sido esse um primeiro caminho para ele conhecer os meandros de uma gestão – na esfera político-partidária, é claro. Porque Brandão já foi diretor e vice-diretor na rede estadual de ensino.
“Depois de exercer função no Executivo, relacionamento com ex-prefeitos, ex-secretários e secretários municipais, ex-vereadores, vereadores, deputados federais e estaduais, creio ser possível administrar nossa cidade, buscando atender ao básico que uma população precisa, quais sejam: Educação, Saúde, Assistência Social, Infraestrutura, Segurança Pública (em parcerias) e busca incansável pela geração de emprego e renda. Atrás de cada uma dessas metas existem outras, não menos relevantes, como Esporte, Cultura e Agricultura”, avaliou.
Política no sangue
Júnior Brandão demonstra, ainda, que a geração dele herdou a veia aberta às disputas na política. Ele lembra que o pai, o saudoso professor Josué Brandão, estava no terceiro mandato como vereador, quando faleceu, na Câmara Municipal, em uma sessão tumultuada. Além disso, o irmão de Júnior, o também professor Marcos Brandão, foi vereador por um mandato.
Josué de Souza Brandão Júnior, mais conhecido como Júnior Brandão, tem 56 anos, é professor de Educação Física com mestrado em Educação; professor de colégios privados e públicos, além de professor em universidades particulares e públicas. Ele faz questão de acrescentar, talvez por se tratar de um nicho considerável politicamente, que é membro da Igreja Batista Teosópolis.