Líder do PSD avalia jogo político do prefeito Augusto Castro


Alcântara Pellegrini analisa cenário às vésperas de nova eleição


Alcântara, sempre diplomático, segue a linha da articulação

O presidente do PSD em Itabuna, Alcântara Pellegrini, analisa o caminhar do governo municipal; opina sobre a aproximação de vários partidos ao prefeito Augusto Castro e conta sobre apoios frente a 2022. Em entrevista ao Diário Bahia (concedida direto de Brasília), o também secretário de Relações Institucionais assume um tom de anfitrião e parece seguir direitinho a “cartilha” assinada pelo senador Otto Alencar – o líder-mor da sigla, claramente de olho no Palácio de Ondina.

“Nós estamos hoje em Brasília e Augusto tem um trânsito bom em todas as correntes; isso facilita muito para que possa levar ao município algumas emendas de deputados que têm por ele uma admiração e por Itabuna é uma consideração muito grande por saber que Itabuna contribuiu muito para o crescimento da Bahia”, elaborou.

 O PSD tem o comando da Prefeitura e da Câmara nas duas principais cidades da região. Internamente, como está administrando tamanha fatia de poder?

O PSD – Partido Social Democrático em Itabuna é instrumento de um projeto nacional capitaneado aqui na Bahia pelo nosso líder estadual, o Senador Otto Alencar. Tanto que em Itabuna estamos executando um projeto piloto, que é o PSD REGIONAL SUL, onde estamos sob a liderança do nosso Prefeito Augusto Castro e eu (Alcântara Pellegrini) como presidente municipal. Esse PSD Regional Sul conta hoje com treze prefeitos e 71 vereadores, tornando-se uma força regional.

Pode contar qual a meta para 2022, já que é o meio do caminho após a última eleição?

O ano de 2021 foi o ano de organização das finanças e de planejamento, Augusto precisava conhecer a máquina, todos sabem que os governos passados não tiveram essa preocupação de planejar, a vontade dessa equipe é fazer uma gestão que deixe uma máquina organizada para os próximos gestores, mas existem situações que não poderiam esperar, exemplo da saúde, que foi priorizada no início do Governo, pois já encontramos instalada a crise da pandemia, e cuidar das pessoas era necessário. Por isso foi montado o Hospital de Campanha, foram também reformados alguns Postos de Saúde e outros já estão sendo reformados, iniciamos também a requalificação de praças que serão contemplados vários bairros e áreas do centro da cidade; o levantamento dos prédios para que observássemos as condições de estrutura nos deixaram muito tristes, pois as condições são precárias, inclusive as escolas públicas… essas foi uma das maiores surpresas negativas.

Quanto a 2022, será o ano em que finalizaremos obras iniciadas e iniciaremos grande obras estruturais em Itabuna (…).

Em termos de candidaturas, quais terão apoio explícito no governo? Fora a secretária/primeira-dama, é claro…

O que a gente tem é que manter o apoio explícito aí com relação às próximas eleições de deputado, principalmente, é com Paulo Magalhães; a gente já deixou isso bem claro: o Paulo foi fundamental pra que Augusto pudesse vir para o PSD, foi ele que fez essa composição junto ao senador Otto Alencar e nós temos esse compromisso, né? Com o Paulo; até porque Paulo Magalhães tem dado o suporte muito grande ao governo de Augusto Castro aí em Itabuna. Então nós temos esse compromisso. Mas é claro que tem outras figuras que também estão ajudando Itabuna, mas que a gente pode já estar… Nós já liberamos inclusive o próprio Guinho, né? Pra que ele saia candidato a federal e deve sair pelo UBR [União Brasil é o provável nome da junção entre DEM e PSL]… é o que nós estamos observando, mas o apoio explícito de Augusto vai pro deputado Paulo Magalhães.

Sobre a gestão em Itabuna, como está a relação entre seu partido e as demais siglas que se uniram em torno de Augusto Castro?

O PSD no governo Augusto é uma figura central na relação entre as instituições não só partidárias, mas tantas outras que compõem esse diálogo com o município. Mas já que a pergunta trata sobre o partido político, aqui vai uma resposta interessante: o escritório regional do PSD, ainda em fase de implementação, já recebe diversas visitas de lideranças de várias outras siglas. A gente tem tido essa boa relação com todos os partidos até o momento e eu acredito que não vai ter nenhum problema com relação a composição desses partidos dentro do governo. Porque Augusto é uma liderança, ele sabe conduzir da melhor forma possível e estão todos contemplados dentro daquilo que foi proposto e dentro da parte técnica que nós gostaríamos e estamos cuidando para que Itabuna tenha uma melhor gestão. Então isso tudo facilita para que os partidos se mantenham unidos nessa composição inicial.

O que podemos afirmar com isso aqui? Hoje o PSD Itabuna é um partido que agrega tudo e a todos com foco somente no desenvolvimento regional, no desenvolvimento de Itabuna, com a preocupação de agregar pessoas que tenham projetos e que tenham intenções de ajudar o governo.

Agregar sem opostos…

Nós tivemos na época de campanha o apoio do Rede, Cidadania e o PSB. Junto com PSD, esses foram os quatro partidos que compuseram majoritária para a eleição de Augusto. Mas nós, como base aliada do governador Rui, ampliamos essa base, né? Hoje a gente pode dizer que o nosso líder de governo é o Manoel Porfírio, que é do PT. Não estava com a gente na campanha, mas como faz parte da base aliada no estado, nós temos o apoio de uma parte do PT. Temos também hoje aliado ao governo de Augusto Castro o PCdoB, não é? Que também faz parte da base aliada no governo do estado e também faz parte do governo no segundo, terceiro escalão, mas está lá de alguma forma participando.

Especificamente sobre Augusto Castro, qual orientação o senhor poderia dar a ele e ainda não deu?

O prefeito Augusto Castro (PSD) é extremamente receptivo ao diálogo, temos conversado muito sobre política partidária, sobre gestão pública. Portanto, não temos nenhum diálogo que ficou pendente, estamos trabalhando num ritmo otimizado. Assim, nosso planejamento de governo está dentro das metas e ações projetadas.

 Articulação, acertos e erros. Fazendo uma autoanálise, qual nota cada quesito o senhor merece à frente do partido de maior visibilidade em Itabuna hoje?

O Partido Social Democrático (PSD) é a sigla da base do governador Rui Costa que mais conquistou prefeituras nas eleições de 2020 e em Itabuna alcançamos grande êxito com a eleição de Augusto Castro, com a eleição de dois vereadores e outros tantos candidatos com excelentes margens de votação, além de termos a presidência da mesa diretora da câmara municipal. Dessa forma, minha responsabilidade é muito grande à frente da Secretaria de Relações Institucionais, tenho feito diariamente diversas reuniões visando sempre afunilar o diálogo com as forças políticas para evitar possíveis ruídos.

Já que não existe perfeição, qual ponto está “fora da curva” na atual gestão em Itabuna?

Não existe ponto fora da curva. O prefeito Augusto Castro tem uma equipe muito capacitada em todas as áreas da gestão pública, e o melhor indicador disso é que seu primeiro e segundo escalão está repleto de pessoas técnicas e com bons currículos.

O que se apresenta muitas vezes como “ponto negativo” é o simples fato que alguns processos são mais demorados do que outros, e isso pode ser entendido como algo que não está sendo feito pelo governo. Mas todas as áreas são pensadas por Augusto; claro que com maior destaque a saúde devido à pandemia, mas aspectos como infraestrutura, educação e saneamento básico também têm sido destaque nesse primeiro ano de governo.

Com holofotes em rede nacional, Otto Alencar parece pavimentar o caminho para candidatura a governador. Wagner ou ACM Neto já tentaram seduzi-lo?

Na verdade, o PSD, brilhantemente presidido na Bahia pelo senador Otto Alencar, é peça extremamente importante no tabuleiro do jogo político no Estado da Bahia. Portanto, nosso Senador tem realizado diálogos; assim, as definições serão lançadas no primeiro semestre do ano que vem.