O Baixo Sul tem se tornado um importante vetor de desenvolvimento para a Bahia e cresce em ritmo acelerado com os investimentos realizados pelo Governo do Estado na região. Obras de infraestrutura, como a recuperação dos 215 quilômetros da BA-001 e de terminais marítimos, estão dinamizando o turismo e a circulação de mercadorias.
“Se a gente fizer um somatório dos diversos investimentos em infraestrutura que estão sendo feitos no Baixo Sul, a região está recebendo recursos acima de R$ 120 milhões. Somente na BA-001, nós estamos investindo R$ 100 milhões. Durante a execução das obras, que duram até cinco anos, as empresas contratam mão de obra local, serviços, alugam áreas para canteiro de obras e compram produtos no comércio local. E sobre esses R$ 120 milhões, há o recolhimento de aproximadamente R$ 4 milhões em impostos para os municípios durante a execução dessas obras”, detalhou o secretário estadual de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti.
Para Cavalcanti, o investimento mais importante na região é, justamente, a recuperação total da BA-001, do trecho que liga Valença e Ilhéus, onde está sendo construído o Porto Sul, cujas obras já iniciaram. “A BA-001, chegando a Ilhéus, passa também pelo Porto Sul, que já está com as obras iniciadas. Já inauguramos, inclusive, uma ponte que dá acesso rodoviário ao Porto Sul. Com isso, a gente fortalece também essa importante obra de infraestrutura para o estado da Bahia”.
Polo turístico
O secretário informa que, dos 215 quilômetros da BA-001, 118 quilômetros já estão com obras contratadas. “Esta rodovia terá sua importância ampliada com a diminuição da pandemia, uma vez que a Bahia volta a se tornar um forte destino turístico. Além de ser uma região onde se encontram muitos produtos da agricultura, o Baixo Sul é um dos grandes polos turísticos, com acesso a Morro de São Paulo, Cairu, Ituberá, Itacaré, Camamu, Maraú e Ilhéus. Com isso, a gente permite que a circulação nessa rodovia seja feita com mais segurança e rapidez”.
Outros dois trechos da BA-001 estão em processo licitatório. “Um que vai de Nazaré até Valença e outro que vai de Itacaré até Ilhéus. Então, nós teremos, até meados de 2022, a recuperação total dessa BA-001”, prevê Cavalcanti. “A passagem urbana de Valença também está sendo pavimentada. Estamos levantando o acesso a Pratigi, que é uma praia belíssima onde ocorre um festival internacional de música eletrônica e que deve retornar no próximo ano”, avalia.
Mais rodovias, mais desenvolvimento
Outras obras de recuperação de rodovias estão prestes a começar para melhorar a capilaridade do desenvolvimento na região do Baixo Sul. O trecho da BA-120, entre Cravolândia e a BA-250, passando pelo distrito de Cocão (Wenceslau Guimarães), Três Braços (Ubaíra), Teolândia e Jaguaquara, será um dos próximos a entrar em obras.
A mesma BA-250, no trecho que vai da Praia de Pratigi até a BA-001, também será recuperada. Os serviços de manutenção no trecho de Ituberá até a BR-101, próximo a Gandu, têm a previsão de serem iniciados em outubro, enquanto de Piraí do Norte até Ituberá serão programados em breve.
Terminais hidroviários
“Os terminais hidroviários, de atracação, estão sendo recuperados. Além do de Maraú, em Barra Grande estamos investindo aproximadamente R$ 2,1 milhões na recuperação total, está ficando belíssimo, com guarda corpo em inox, melhorando a segurança de quem viaja de barco. Estamos fazendo o atracadouro de Camamu, já requalificamos o Terminal Náutico de Jaguaripe, onde também estamos recuperando a estrada”, explica Cavalcanti.
O secretário destaca ainda a recuperação do acesso a Margojipinho, “onde santeiros famosos produzem santos de barro. Recentemente, em setembro, houve ali uma feira de artesanato e a obra vai impulsionar bastante o desenvolvimento daquela região”.
Saúde
A atenção à saúde de toda a população do Baixo Sul foi reforçada com a inauguração da Policlínica Regional de Saúde, construída em Valença, que oferece todos os exames de média e alta complexidade solicitados pelo SUS, atendendo pacientes de municípios da região. Já foram entregues também nove ambulâncias à região. Recentemente, o Estado investiu ainda na abertura de 20 leitos de UTI na Santa Casa de Misericórdia de Valença.
“A policlínica é uma oportunidade para a gente”, afirma a dona de casa Joana Angélica da Silva. “É a segunda vez que venho aqui. Fiz a mamografia e agora vou fazer uma endoscopia. É uma benção termos essa clínica perto da nossa cidade de Ituberá. Temos também os micro-ônibus que fazem o transporte para cá e de volta para casa sem ter que pagar passagem. Só tenho que agradecer mesmo. Eu falo por mim e por todo o meu povo”.
A Policlínica Regional do Baixo Sul atende os pacientes agendados pelas prefeituras dos 13 municípios consorciados: Cairu, Camamu, Gandu, Igrapiúna, Itaparica, Ituberá, Nilo Peçanha, Nova Ibiá, Piraí do Norte, Taperoá, Teolândia, Valença e Wenceslau Guimarães. De acordo com a secretária estadual da Saúde em exercício, Tereza Paim, o investimento de R$ 20 milhões assegura a média e a alta complexidade do atendimento pré-hospitalar na região. “Desde a sua inauguração, em junho de 2018, essa policlínica já realizou 167.541 procedimentos, entre exames e consultas, e isso é de grande impacto na saúde das pessoas”, contabiliza.
Paim ressalta que, antes de comparecer à policlínica, o paciente precisa apenas ir a uma unidade básica de saúde para receber o primeiro atendimento. “Havendo necessidade, ele será encaminhado para essa grande estrutura, onde terá acesso a todos os exames solicitados pelo SUS, inclusive os de alta tecnologia”. Antes do equipamento, os pacientes precisavam fazer esses exames em outras cidades, em municípios maiores ou na capital.
“Hoje, esse paciente consegue ter resolutividade no diagnóstico com uma consulta especializada, com a realização dos exames e com a prevenção”, explica a secretária. “Temos em todas as policlínicas, por exemplo, a sala do pé diabético, onde o paciente aprende a cuidar da sua saúde, faz exames de dopler vascular e isso é uma grande prevenção que reduz muito o número de amputações. Os hipertensos, cardiopatas, também são diagnosticados, acolhidos, referenciados e fazem todos os exames da área de cardiologia”.
Segurança
Na Bahia, o que em um passado não muito distante era ficção científica, hoje já é realidade. Os investimentos do governo estão transformando o estado em um modelo do uso de tecnologia. A implantação dos Centros Integrados de Comunicação (Cicoms), que reúnem todos os órgãos da Segurança Pública, facilitou o atendimento às situações de emergência. Cidades passaram a ser monitoradas por câmeras, integradas aos Cicoms. Agora, a tecnologia de automação do reconhecimento facial de criminosos, de placas de carros e de situações suspeitas está sendo levado para o interior do estado. E o Baixo Sul está incluído nesses investimentos.
Segundo o superintendente de Telecomunicações da Secretaria da Segurança Pública (SSP), tenente-coronel Renato Lima, em 2012, foi inaugurado o primeiro Centro Integrado de Comunicação para a capital e Região Metropolitana. Hoje são 23 Cicoms, um na capital e 22 no interior. “O Baixo Sul conta com um Cicom que cobre 22 municípios, não apenas da região. Com isso, qualquer ligação de emergência da população é atendida imediatamente com o envio dos recursos de socorro, sejam dos bombeiros, das polícias Civil, Técnica ou Militar. Além disso, o órgão também possui 16 câmeras espalhadas pelo município de Valença, onde está localizada a sede do órgão”.
Os resultados do investimento se traduzem em números. “Na região do Baixo Sul, em 2019, nós tivemos aproximadamente 65,5 mil chamadas para o Cicom. Em 2020, esse número reduziu para 58 mil e, até setembro deste ano, estamos na casa dos 49 mil. Então, a gente pode inferir que as ocorrências estão em um patamar de estabilização ou redução, o que leva a perceber que a necessidade de socorro está reduzindo”, acrescenta o superintendente. Entre 2018 a 2020, foram entregues também à região oito veículos, com o investimento de cerca de R$ 800 mil, que reforçam a segurança e se refletem nos resultados.
Ainda de acordo com o superintendente, mais 60 câmeras serão instaladas e conectadas ao Cicom do Baixo Sul. “As novas câmeras fazem parte de um investimento de cerca de R$ 1 bilhão. Com o projeto para a comunicação no interior, que hoje é 95% analógica, ela passa a ser 100% digital. Outro projeto está em via de finalização, que é a utilização de câmeras nas viaturas e de câmera corporal nos policiais. Então, a gente vai ter uma atividade muito mais qualificada em termos de prevenção e da eventual repressão policial que se faça necessária. Também serão beneficiados os trabalhos dos bombeiros e da Polícia Técnica, que se somam e se completam ao trabalho da segurança pública como um todo”, destaca o tenente-coronel Lima.