* Marco Wense
O Estadão fez um levantamento sobre a posição dos 513 deputados federais em relação à reforma da Previdência: 272 contra, 97 a favor, 48 não encontrados, 61 não quiseram responder, 34 indecisos e uma abstenção.
Como na Bahia são 39 parlamentares, vou citar só os nomes dos que têm alguma ligação com a nossa região, mais especificamente com o sul da Bahia, e os mais conhecidos.
Contra: Bebeto Galvão (PSB), Davidson Magalhães (PCdoB) e Félix Mendonça Júnior (PDT). A favor: Benito Gama (PTB), José Carlos Aleluia (DEM) e Lúcio Vieira Lima (PMDB). Não encontrados: Jutahy Júnior (PSDB) e Márcio Marinho (PRB). Indecisos: Paulo Magalhães (PSD) e Ronaldo Carletto (PP).
Toda enquete sobre os votos na reforma previdenciária causa transtorno em deputados do PSDB da Bahia que querem votar contra, já que Imbassahy é ministro da Secretaria de Governo do presidente Temer.
Os tucanos fogem da pergunta como o diabo da cruz. Ou não são encontrados, como é o caso de Jutahy Júnior, ou não respondem, como João Gualberto, presidente estadual do PSDB.
O constrangimento salta aos olhos. O conselho do senador Renan Calheiros começa a fazer efeito: “O presidente Temer quer que a gente cometa suicídio político”.
O mandatário-mor do país, diante do esconde-esconde de deputados da base aliada, mandou o seguinte recado: “Votar contra a reforma é votar contra o governo”.
O desgaste de Josias
A situação política de Josias Gomes, depois de sofrer várias derrotas nas eleições para o comando dos diretórios municipais do PT, não é nada confortável.
O secretário de Relações Institucionais do governo Rui Costa já vinha sendo criticado por deputados da base aliada pela sua frieza e falta de atenção com os parlamentares.
A não reeleição de Everaldo Anunciação para a presidência estadual da legenda é outro fator de enfraquecimento de Josias, que fez de tudo para reconduzi-lo ao cobiçado cargo.
Mas o que deixou o ainda secretário danado da vida foi a comprovação de que o “companheiro” Geraldo Simões continua com prestígio junto aos filiados do partido em Itabuna.
O ex-prefeito Geraldo Simões reelegeu Flávio Barreto para mais dois anos de mandato, tendo como adversário o ceplaqueano Jackson Primo, apoiado pela cúpula do petismo.
Josias Gomes versus Geraldo Simões: uma birra que parece não ter mais fim. Ainda bem que são políticos civilizados, longe das vias de fato e das palavras de baixo calão.
Universidade Aberta Leonel Brizola
A ULB – Universidade Leonel Brizola – foi criada para proporcionar educação política e capacitar a militância para transformar o Brasil. A ULB é projeto de escola de Formação Política.
Os cursos disponíveis: 1) Políticas de Igualdade Racial. 2) Reinventando o Brasil ENEM 2017. 3) Curso Básico de Formação Política. 4) Planejamento e Gestão Estratégica. 5) Ética e Política. 6) Oratória. 7) Noção de Marketing Político. 8) Discussão sobre Direito Eleitoral.
A doutora Célia Kalil Mangabeira, vice-presidente do PDT de Itabuna, pode assumir a coordenação da ULB no sul da Bahia. Sem dúvida, uma grande iniciativa da legenda e do diretório municipal.
E por falar no PDT, a próxima palestra do programa de educação será sobre a importância da Reforma Tributária, com o professor e Procurador da Advocacia-Geral da União, Carlos Valder, autor de 53 livros.
Doentio racismo
Além de machista e preconceituoso, por convicção e pobreza de alma, o deputado Jair Messias Bolsonaro, que é do Partido Social Cristão (PSC), é racista.
Olhe só o que o parlamentar disse no Clube Hebraico no Rio de Janeiro: “Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriar ele serve mais”.
A ação por racismo, movida pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, chegou a Rodrigo Janot, chefe da Procuradoria-Geral da República – PGR, no último dia 3.
Que coisa, hein! E esse Bolsonaro, em alguns cenários eleitorais passa dos 8% das intenções de voto, ficando em terceiro lugar, atrás de Lula e de Marina Silva.
A imprescindível oposição
O presidente Chico Reis, da Câmara de Vereadores de Itabuna, em entrevista ao Resenha da Cidade, programa conduzido por Roberto de Souza, rádio Difusora, disse que o Legislativo “não tem bancada de oposição”.
O nobre edil deve ter se referido a uma bancada formal de oposição ao governo Fernando Gomes, já que Enderson Guinho (PDT), Jairo Araújo (PCdoB) e Júnior Brandão (PT) são oposicionistas, pelo menos é o que se presume dentro de uma razoável lógica.
Oposição não significa irresponsabilidade, anarquia e, muito menos, bagunça. O antagonismo de ideias é salutar para o fortalecimento do estado democrático de direito.
Oposição inconsequente, assentada no “quanto pior, melhor”, é a que deve ser eliminada, extirpada do processo político. Com certeza, não é o caso dos vereadores Guinho, Jairo e Brandão.