PDT, CIRO E A SUCESSÃO ESTADUAL


Como fica Ciro Gomes com um candidato a governador pedindo voto para Lula ?


O Partido Democrático Trabalhista (PDT), sob o comando do deputado federal Félix Júnior, precisa, com uma certa urgência, de um plano B e C.

O plano A, que é ACM Neto apoiando Ciro Gomes, está ficando cada vez mais longínquo. O ex-gestor soteropolitano quer agradar a todos os presidenciáveis, incluindo aí o ex-presidente Lula.

Tem um bom tempo que Neto não faz uma crítica à pré-candidatura do petista-mor e vice-versa. Neto e Lula sabem que tem milhares de eleitores que pretendem votar no “luloneto”.

Nos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus, o que se comenta é que existe um implícito pacto de não agressão entre o ex-alcaide de Salvador e o ex-dirigente-mor da República.

O lançamento de candidatura própria seria o plano B. O entrave é que o PDT não tem um nome com viabilidade eleitoral para disputar a sucessão estadual. O partido, por ficar um longo período acomodado na base aliada do governador Rui Costa, desdenhou da importância de formar novas lideranças políticas.

Convidar um político de outra legenda para sair candidato a governador pelo partido seria o plano C. Tem até quem sonha com o vice-governador João Leão, que deixaria o PP para ser o postulante do PDT na sucessão de Rui Costa (PT). Sem dúvida, um inominável pesadelo.

O PDT não pode é ficar nessa indecisão, passando a impressão de que é uma legenda que precisa tomar emprestado a bengala dos outros para andar, já que não consegue caminhar com os próprios pés. Se não houver um posicionamento firme, a impressão vira constatação.

A recente entrevista de Félix ao Pimenta, conceituado blog de Itabuna, fez aparecer outro plano, o D. O parlamentar, que descartava veementemente uma reaproximação com o petismo da Boa Terra, ao ser questionado sobre um possível apoio à pré-candidatura do senador Jaques Wagner, disse que “a possibilidade é remota”, deixando nas entrelinhas que o pouco provável hoje pode se tornar uma realidade amanhã.

Esse plano D traz uma inevitável e intrigante pergunta: Como fica Ciro Gomes com um candidato a governador pedindo voto para Lula ? Salta aos olhos que é de uma gigantesca inadmissibilidade qualquer conversa com Jaques Wagner em relação a sua pretensão de governar a Bahia pela terceira vez. Diria até que é um acinte ao presidenciável do PDT.