O Setor Pedagógico do Conjunto Penal de Itabuna (CPI) está em festa, assim como todos que apostam na Educação como ferramenta eficaz de ressocialização e crescimento pessoal. Após o resultado do Sistema de Seleção Unificada (SISU) para ingresso nas instituições de ensino superior públicas, 13 reeducandos que fizeram o Enem na unidade prisional foram aprovados em diversos cursos da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). No ano passado, foram 8 aprovados na mesma UFSB.
De acordo com o diretor do CPI, Bernardo Cerqueira Dutra, o sucesso da unidade em todas as grandes provas nacionais, a exemplo do Enem e do Encceja, é fruto do apoio do Estado à Educação na unidade e uma construção em conjunto com a empresa cogestora Socializa e os profissionais da Educação que lá atuam.
“Juntam-se a esses parceiros o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública, a OAB entre outros, que nos incentivam a buscar a excelência como objetivo, enquanto fazemos o melhor possível. E, principalmente, os reeducandos que compreenderam a importância de agarrar as oportunidades que lhes são oferecidas dentro do sistema”.
No Conjunto Penal funcionam duas escolas públicas de ensino fundamental (Estado e Município), além dos programas de Remição pela Leitura. O Asas da Imaginação, ofertado pela Seap e operacionalizado pela Socializa, com mais de 350 participantes, e o Relere, executado pelo Ministério Público, com 30 participantes, porém com metodologia própria.
Esses programas incentivam a leitura, compreensão, interpretação e reescrita de textos, através de benefícios penais, como a possibilidade de redução de até 45 dias da pena por ano. “É uma relação ganha-ganha ampliada, porque o reeducando começa pensando que está ganhando benefícios penais, depois descobre que está ganhando algo também muito valioso, que é a possibilidade de ver que sua vida não se resume ao cárcere, muito pelo contrário. E o estado, em nome da sociedade, ganha a possibilidade de resgatar ressocializados indivíduos que se achavam irrecuperáveis. Isso tudo por meio da Educação”, finaliza Bernardo Dutra.
Agora, o Setor Pedagógico irá buscar realizar as matrículas junto à UFSB. Desde 2018, outros reeducandos já haviam iniciado estudos em outras instituições de ensino superior em Itabuna.