Temos cinco edis como pré-candidatos a prefeito de Itabuna: Babá Cearense, Enderson Guinho, Charliane Souza, Júnior Brandão e Antônio Calvacante, respectivamente filiados ao PSL, PDT, PTB, PT e MDB.
Do quinteto, cujo sonho de disputar o comando do Centro administrativo Firmino Alves é legítimo, assentado no Estado Democrático de direito, Júnior Brandão, Antônio Calvacante e Babá Cearense devem continuar na legenda, independente de qualquer decisão em relação a sucessão do prefeito Fernando Gomes. Não pretendem procurar outra agremiação partidária se forem preteridos.
O que chama atenção em Brandão é seu otimismo. Achar que pode enfrentar o ex-alcaide Geraldo Simões, que governou Itabuna por duas vezes e tem o apoio explícito de Jackson Moreira, presidente do diretório local do Partido dos Trabalhadores.
Babá Cearense, que faz oposição dura ao governo municipal, ainda tem uma certa dúvida se o PSL, caso não seja candidato a prefeito, é o melhor caminho para buscar seu segundo mandato como vereador. O fim da coligação na proporcional exige uma análise criteriosa, sob pena de, mesmo com uma boa votação, ficar de fora da Casa Legislativa. Babá tem um bom relacionamento com Binho Sharon, presidente da executiva municipal da sigla.
Enderson Guinho deixa o PDT, presidido pelo prefeiturável Antônio Mangabeira, com a abertura da janela partidária que começa no mês de abril. A legislação eleitoral não permite duas ou mais candidaturas por um mesmo partido. O famigerado instituto da sublegenda, que vigorou no país durante o regime militar, é coisa de priscas eras. Foi revogado pela Lei 7.551, de 1986.
Charliane Souza vai trocar o PTB pelo MDB. Tem pela frente a difícil missão de colocar um ponto final na confusão que toma conta da legenda, que tem dois prefeituráveis: o também vereador Antônio Cavalcante, dirigente-mor do diretório municipal, e a desportista Maruse Xavier, mãe de Ricardo Xavier, presidente da Câmara de Vereadores.
O pega-pega no emedebismo de Itabuna tende a crescer com a filiação de Charliane e a proximidade da eleição. A contenda deve ser resolvida pela cúpula nacional do MDB. Pelas últimas declarações de Cavalcante, o ex-deputado Lúcio Vieira Lima não tem força para bancar a candidatura da vereadora.
Diria para os cinco vereadores-prefeituráveis que o bom conselho não pode ser menosprezado, jogado na sarjeta, tratado com desdém. Buscar a reeleição é a tomada de posição mais responsável. Do contrário, nem uma coisa, a permanência no Legislativo, e nem outra, ser prefeito de Itabuna.
Finalizo ratificando que o desejo de disputar a sucessão municipal é legítimo e democrático. No entanto, o melhor atalho para continuar politicamente vivo é tentar se reeleger. Se não querem mais ser vereador, se cansaram de legislar, se não tem mais interesse pelo cargo, tudo bem.
Na minha modesta opinião – e eu tenho todo o direito de torná-la pública – dos cinco edis prefeituráveis apenas um será candidato. Mas se eu fosse apostar entre esse um e nenhum, ficaria com a segunda opção. O receio de um fracasso eleitoral e, como consequência, a sobrevivência politica indo para o ralo, vai pesar bastante na hora de decidir.
Quem viver, verá. Diria o saudoso, irreverente, polêmico e inquieto radialista Milton Menezes.