VIOLÊNCIA


João Otávio Macedo comenta os últimos atos de violência que repercutiram no país


      A violência  não dá  trégua; quando pensamos  que  ela  está momentaneamente  recolhida eis que ela  aparece, nos seus diversos  matizes  causando   estupefação  e  dor. Quando essas ações da mais  selvagem das  violências  são praticadas contra  seres  indefesos, a exemplo de  idosos  e  crianças, o impacto e muito maior, causando mais  revolta aos que tomam conhecimento ou  assistem a  prática da violência contra seres mais  fragilizados, seja  pela idade, seja por  doença ou outro motivo qualquer
Sempre que os meios de  comunicação  escancaram cenas de homicidio nas escolas, em creches ou outros ambientes coletivos, volta  à tona a discussão  das  causas  da violência e  quais  as maneiras  de  diminuí-la; é quando também afloram as  diversas teorias, incluindo o uso de  armas, policiamento  ostensivo, maior  rigor  nas  leis do país principalmente nos  casos  de homicidio contra vulneráveis.
             Há várias definições para a violência mas que, em resumo, trata-se  de “um uso intencional  da força ou de  poder, real ou em ameaças contra  si próprio, contra outras  pessoas ou contra um grupo, ou uma  comunidade, que resulta ou tenha possibilidade de resultar em lesão , morte, dano psicológico, deficiência do  desenvolvimento ou privação”.
          O que leva um adolescente a assassinar quatro meninas, em uma  escola, num crime que consternou o país?; o que leva um outro jovem a empunhar  uma  arma calibrosa  e disparar contra pessoas que ele nunca viu e, portanto, nenhuma  razão para  destilar  tanto ódio, que se transforma em morte.; o que levou, anos atrás, uma estudante de direito, em São Paulo, bem situada na vida e que, justamente com o namorado e um irmão deste, mataram os pais, a pauladas, quando  estavam dormindo
                                A lista de crimes dessa natureza daria para preencher várias páginas deste jornal e reuniões e mais  reuniões são realizadas para discutir o problema, procurando uma profilaxia que, teoricamente, seria a melhor  solução pois não esperaria o  fato acontecer.
          Esses crimes, primários, que ocorrem no seio da classe média, envolvendo jovens estudantes não são tão fáceis de serem evitados, como nós estamos acostumados  a ver na televisão; muitos  desses criminosos jamais praticaram qualquer delito; não têm antecedentes criminológicos e, portanto, nenhuma  razão para serem mais observados que os  demais. Se for possível, a  vigilância maior seria em cima das jovens que apresentam  comportamento estranho, chamando a atenção dos professores, colegas e demais funcionários da escola mas, mesmo assim, apesar  desses cuidados  todos, alguns podem passar  despercebidos;, levando alguns  estudiosos e   dirigentes  a  preconizar  a presença  de policiais aposentados para ficarem no âmbito escolar e que  seriam capazes de uma ação profilática.
               Que o  assunto é difícil todos  sabemos mas que, alguma ação  deverá  ser tomada, também é ideia geral pois o simples  ato de  educar parece não ter  maior  eficácia.
                  Infelizmente, o simples ato de educar não tem a magia de evitar essas terríveis  ocorrências a que estão sujeitos todos  que têm que deixar  as  suas casas para a escola  ou para o  trabalho. Quando não é uma “bala perdida”, que faz os seus estragos, como temos visto.
               Mas  que a sociedade  terá que se  posicionar, não há nenhuma  dúvida.
     João Otavio Macedo.