A violência não dá trégua; quando pensamos que ela está momentaneamente recolhida eis que ela aparece, nos seus diversos matizes causando estupefação e dor. Quando essas ações da mais selvagem das violências são praticadas contra seres indefesos, a exemplo de idosos e crianças, o impacto e muito maior, causando mais revolta aos que tomam conhecimento ou assistem a prática da violência contra seres mais fragilizados, seja pela idade, seja por doença ou outro motivo qualquer
Sempre que os meios de comunicação escancaram cenas de homicidio nas escolas, em creches ou outros ambientes coletivos, volta à tona a discussão das causas da violência e quais as maneiras de diminuí-la; é quando também afloram as diversas teorias, incluindo o uso de armas, policiamento ostensivo, maior rigor nas leis do país principalmente nos casos de homicidio contra vulneráveis.
Há várias definições para a violência mas que, em resumo, trata-se de “um uso intencional da força ou de poder, real ou em ameaças contra si próprio, contra outras pessoas ou contra um grupo, ou uma comunidade, que resulta ou tenha possibilidade de resultar em lesão , morte, dano psicológico, deficiência do desenvolvimento ou privação”.
O que leva um adolescente a assassinar quatro meninas, em uma escola, num crime que consternou o país?; o que leva um outro jovem a empunhar uma arma calibrosa e disparar contra pessoas que ele nunca viu e, portanto, nenhuma razão para destilar tanto ódio, que se transforma em morte.; o que levou, anos atrás, uma estudante de direito, em São Paulo, bem situada na vida e que, justamente com o namorado e um irmão deste, mataram os pais, a pauladas, quando estavam dormindo
A lista de crimes dessa natureza daria para preencher várias páginas deste jornal e reuniões e mais reuniões são realizadas para discutir o problema, procurando uma profilaxia que, teoricamente, seria a melhor solução pois não esperaria o fato acontecer.
Esses crimes, primários, que ocorrem no seio da classe média, envolvendo jovens estudantes não são tão fáceis de serem evitados, como nós estamos acostumados a ver na televisão; muitos desses criminosos jamais praticaram qualquer delito; não têm antecedentes criminológicos e, portanto, nenhuma razão para serem mais observados que os demais. Se for possível, a vigilância maior seria em cima das jovens que apresentam comportamento estranho, chamando a atenção dos professores, colegas e demais funcionários da escola mas, mesmo assim, apesar desses cuidados todos, alguns podem passar despercebidos;, levando alguns estudiosos e dirigentes a preconizar a presença de policiais aposentados para ficarem no âmbito escolar e que seriam capazes de uma ação profilática.
Que o assunto é difícil todos sabemos mas que, alguma ação deverá ser tomada, também é ideia geral pois o simples ato de educar parece não ter maior eficácia.
Infelizmente, o simples ato de educar não tem a magia de evitar essas terríveis ocorrências a que estão sujeitos todos que têm que deixar as suas casas para a escola ou para o trabalho. Quando não é uma “bala perdida”, que faz os seus estragos, como temos visto.
Mas que a sociedade terá que se posicionar, não há nenhuma dúvida.
João Otavio Macedo.