Agora são duas lideranças políticas procurando um partido para se filiar: Fernando Gomes e Augusto Castro, que não conseguiu sua re-reeleição para o Parlamento estadual, sendo derrotado na tentativa do terceiro mandato.
Em comum entre o alcaide de Itabuna e o ex-tucano, além de serem ilustres integrantes do MSP (Movimento dos Sem Partido), o fato de que o próximo abrigo partidário será da base aliada do governador Rui Costa (PT).
Como não vão se filiar a uma agremiação partidária tida como pequena, sem expressão nacional, descartando também o PT, PCdoB, PDT e PSB, cuja linha ideológica é bem distante de ambos, ficam três opções: PSD, PP e o PR.
Castro, que foi quem provocou a saída de Fernando Gomes do DEM, com a decisão de ACM Neto de apoiá-lo na sucessão de 2016, caso ratifique sua ida para o governismo, deixando um bom número de correligionários a ver navios, terá que refletir sobre seu futuro, sob pena de ficar isolado e, como consequência, um ponto final no seu currículo político.
Como não acredito em uma reaproximação do ex-PSDB com Fernando Gomes, o bom conselho é não ir para a mesma legenda do prefeito. A dúvida é se pretende assinar sua ficha de filiação em Itabuna, prestigiando o tupiniquismo político municipal, ou lá em Salvador com a cúpula estadual e, quem sabe, com a presença do governador Rui Costa abraçando o novo e inesperado componente da base aliada. Augusto deixa o ninho do tucanato e se aloja sob o guarda-chuva do governismo.
Desses três partidos – PSD, PP e PR -, o primeiro é o mais cortejado pelos que estão deixando a oposição. Otto Alencar é pré-candidato ao comando do Palácio de Ondina na eleição de 2022. Nada melhor do que tentar retornar à Assembleia Legislativa do lado de um forte postulante ao governo da Bahia.
Não sei qual será a reação de alguns castristas de Itabuna com a ida do líder para o lado do petismo. Queiram ou não, Augusto passa a ser um aliado do governo do PT, partido que ele tanto criticou durante sua vida parlamentar.
Depois que a poeira assentar, veremos se a decisão de Castro de deixar o oposicionismo, se afastando de ACM Neto e aproximando do governador Rui Costa, foi certa ou errada do ponto de vista da sua sobrevivência política.
O modesto editorial acha que só tem o PSD como partido viável para o ex-tucano. Mesmo porque, lá na frente, pode haver um rompimento do senador Otto Alencar com o Partido dos Trabalhadores, já que lideranças expressivas, tanto estadual como nacional, não abrem mão de candidatura própria na sucessão de Rui Costa.
Outro ponto em relação ao novo posicionamento de Augusto Castro, é que dificilmente disputará o centro administrativo Firmino Alves por um partido da base aliada do PT, que trabalha para ter um nome de consenso. Ou seja, do governador Rui Costa e Fernando Gomes, que não quer nem ouvir falar de Castro.
O que se diz nos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus, é que ganha a sucessão de Itabuna o grupo político que menos fracionar, que sair com um só candidato.
Só o tempo, que é o senhor da razão, vai dizer se Augusto Castro tomou a decisão certa, deixando o netismo e passando a ser um aliado do governo do PT.