Voz que animou tantos rodeios e vaquejadas Bahia afora, o cantor itabunense “Fabão Cigano” não resistiu a um infarto na noite de ontem (21). Batizado como Antônio Fábio de Sousa, ele tinha 47 anos e foi um batalhador em favor da música – enfrentando todos os recomeços que a profissão impõe.
Mesmo tendo nascido em Itabuna, cantado na noite da cidade e aqui feito amigos desde a juventude, o artista passou boa parte da vida no município de Dário Meira, próximo a Ipiaú. Mas havia voltado às origens grapiúnas, para dar novos passos na carreira, com o CD em que se apresentava como “Fabão – O coração cigano”.
Relatos de admiração
Segundo o produtor Ari Rodrigues, que reencontrou o cantor tocando no casamento em uma fazenda no ano passado, recebeu dele manifestação de gratidão. Afinal, incentivou para que passasse da fase de backing vocal, quase 20 anos antes, para tocar um instrumento e assumir o comando da própria carreira.
“Aprendeu a tocar teclado e era o sucesso que era. Ficou o exemplo da força de vontade dele, que só precisou de um ‘empurrãozinho’”, recorda o profissional, mais uma testemunha da luta desse artista.
A atriz e produtora Eva Lima, que revia o artista fazendo apresentações na Sopa Cultural do bairro Mangabinha, também lembrou a figura firme, que tanto acreditou nos acordes e canções para sobreviver.
“Era um cara batalhador pra caramba; começou no bairro Urbis 4, onde Afrânio Nascimento deu as primeiras noções de música pra ele. Então, é uma tristeza pra todo mundo”, recorda.
Fabão deixou, no bairro Nova Itabuna, a viúva, Graziela Barbosa Baraúna, e uma filha, Maria Eduarda Sousa. Assim como elas, a irmã Cristiane Araújo relata sobre “a saudade de um irmão maravilhoso”. Além de uma legião de fãs de um profissional que dedicou anos a despertar emoções.
O corpo será sepultado na tarde desta terça-feira (21), no Cemitério Campo Santo.