Não foi mais um encontro do G-20, e sim um dos mais importantes. A gravíssima crise sanitária e humana provocada pela pandemia do cruel e impiedoso novo coronavírus, que já ceifou milhões de vidas humanas, motivou a urgente e inadiável convocação.
Preocupados com a Covid-19, os países que integram o G-20 – Austrália, França, China, Alemanha, Japão, Estados Unidos, Reino Unido, Arábia Saudita, França, México, Argentina, Canadá, República da Coreia, Rússia, África do Sul, Turquia, Itália, Índia, União Europeia e o Brasil – promoveram uma reunião para discutir a melhor maneira de enfrentar o terrível vírus.
O presidente da República do Brasil ficou na lista das ausências, foi um dos poucos a não participar da reunião virtual que aconteceu ontem, sexta, 21 de maio. Na pauta do encontro, a garantia de acesso às vacinas e a discussão de um plano para combater a terrível pandemia.
Além dos países do G-20, importantes instituições internacionais participaram do encontro, como a ONU, OMS, FAO, UE, FMI, OMC, Banco Mundial e OCDE.
O Brasil foi representado pelo chanceler Carlos França, o último da fila a se pronunciar. Vale lembrar que outros países que não compõem o G-20 foram convidados, aceitaram o convite e marcaram presença, como, citando apenas dois exemplos, a Noruega e Portugal.
O consenso na cúpula do G-20 é que a não participação dos senhores presidentes pode ser interpretada como que o combate à pandemia não é prioridade. O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, chegou a dizer que a comunidade internacional parece “desunida” quando o assunto é a grave crise sanitária. Lembrou que as vacinas poderão salvar a vida de milhares e milhares de pessoas.
E por que o presidente Jair Messias Bolsonaro não participou da reunião do G-20 ? A resposta mais precisa é que o chefe do Palácio do Planalto ficou apavorado com a possibilidade de ser questionado pelo seu negacionismo, o desdém com o mundo da ciência. E, na sequência, ser perguntado sobre o não uso da máscara e de provocar aglomerações diante de um país que caminha para uma terceira onda, que pode ser mais mortal em decorrência das variantes do novo coronavírus.
A ausência de Bolsonaro no evento, organizado pelo governo italiano, é mais um desgaste da maior autoridade do Poder Executivo brasileiro.
É por essas e muitas outras que o segundo mandato consecutivo (reeleição) vai ficando cada vez mais complicado. Até a hipótese de não ir para o segundo turno já é ventilada.