As cenas de horror causadas pela enchente no Rio Cachoeira, no último fim de semana, são traduzidas em números também chocantes. Segundo cálculos iniciais da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Itabuna, chegam a R$50 milhões os prejuízos ao comércio – principal atividade econômica da cidade.
São cifras amargadas por 2.500 estabelecimentos no centro e nos bairros. Afora o fator financeiro, as entidades buscam apoio na segurança. “Porque tem pessoas que, de certa forma, estão aproveitando a situação e fazendo assaltos e saques nessas lojas que estão sendo arrumadas, estão limpando”, relata o presidente da CDL, Carlos Leahy, em entrevista ao Diário Bahia.
Ele reconheceu a importância do apoio financeiro, viabilizado através de empréstimos de até R$150 mil por meio da Desenbahia. “Tivemos uma reunião com o prefeito [Augusto Castro] e com o secretário de Emprego e Renda, Davidson Magalhães, e foi liberada essa verba sem juros pra que o lojista possa pagar em doze meses de carência e trinta e seis meses pra pagar depois da carência”.
Ele pontuou, inclusive, sobre uma sala cedida para a Defesa Civil receber os lojistas fazerem esse levantamento do que aconteceu nos empreendimentos deles. “E assim fazer um laudo para que possa ter acesso a esse financiamento. Então, nós estamos nessa missão de facilitar o acesso ao recurso”, explica.
Leahy também expõe sobre a busca de CDL, ACI (Associação Comercial de Itabuna) e Sindcom (Sindicato do Comércio Varejista) por medidas que afrouxem a cobrança de impostos. “O poder público está lado a lado com as instituições. Pedi ao prefeito que intercedesse junto ao governo do estado para prorrogação do ICMS para pequenas e microempresas e o governo já cedeu. Já concedeu para os pequenos e microempresários, que é a grande maioria, essa prorrogação; facilitando aí o pagamento do mês de dezembro”, destaca.
Água, energia e doações
O representante da CDL falou sobre o trabalho conjunto para devolver serviços essenciais ao funcionamento do comércio. “A Prefeitura está colocando sempre à disposição as retroescavadeiras para limpar a Cinquentenário; nós estamos também junto com a Coelba para restabelecer a energia em todos os pontos da cidade, ainda existem alguns que estão sem energia por conta de obras que estão sendo feitas; estivemos hoje com o Raimundo [Mendes], presidente da Emasa, e ele se comprometeu em o quanto antes o centro da cidade já estar com água potável; [para] os hospitais também já foi liberado e assim gradativamente vai sendo reestabelecida a questão da água”, enumera.
Carlos Leahy detalhou, por fim, sobre as doações de empresas que não foram atingidas pelas águas. “A UNIFTC fez a doação de duzentos colchões; a loja Meu Chapa, do Shopping, também fez a doação de cinquenta cestas básicas e mais cinquenta quentinhas que foram doadas ontem, estamos direcionando essas doações para a Secretaria de Assistência Social através da secretária Andréa Castro (…) Estamos, no dia-a-dia, vendo o que que pode ser feito pra poder minimizar aí essa situação caótica dos empresários ali da Cinquentenário, Paulino Vieira, Calçadão e outras e outras localidades como Beira Rio, por exemplo, como o bairro Nova Itabuna, bastante atingido, e outros bairros que também foram atingidos na nossa cidade”, acrescenta, esperançoso.