Jerônimo entre “herança” de Rui, conquistas e “calos” na Educação


Pré-candidato, natural do sul da Bahia, reforça sobre investimentos históricos na região


Jerônimo Rodrigues revela qual digital pretende imprimir, caso seja eleito governador (Foto: Celina Santos)

O professor Jerônimo Rodrigues, fazendo o papel de “vidraça” (como pré-candidato a suceder o governador Rui Costa, colhe todas as críticas ou elogios à gestão), atendeu recentemente à imprensa de Itabuna. Pelo Diário Bahia naquela entrevista coletiva, foi indagado sobre como responde a números que colocam a Educação do estado num cenário desconfortável.

Titular da pasta até licenciar-se para disputar o Palácio de Ondina, ele argumentou quanto ao que considera realizações dos últimos anos. “A Bahia vai continuar fazendo um bom debate da Educação. O governo Rui Costa – e eu na condição de secretário – me orgulho muito de ser o governo que mais investiu na educação em todos os tempos”, enfatizou.

Como docente, ele aproveitou para melhor explicar do que estava falando. Mesmo porque, foi o setor pelo qual respondeu nos últimos anos. “É o governo do estado, no Brasil, que mais investe na educação. São obras do tamanho de R$ 3,5 bilhões. Mas não são só obras; fomos castigados por dois anos na pandemia, quando tivemos que entender como fazer educação remota sem as pessoas terem computador em casa, educação digital sem internet. Mas nós não estamos colocando a culpa na pandemia; estamos falando de investimentos sérios, concurso público, formação de professores, Educação em tempo integral e nós queremos continuar fazendo isso e eu quero fazer este debate!”, afirmou.

Às devidas digitais

O Diário Bahia quis saber qual será a digital dele, caso conquiste do eleitor a oportunidade de governar a Bahia. Afinal, é apresentado como pré-candidato por um governador reeleito com alta popularidade e que cumpriu a maior parte das chamadas promessas de campanha (conforme dados expostos em rede nacional, inclusive).

Jerônimo, por sua vez, trouxe números e afirmou que tem a obrigação de fazer ainda mais do que o atual gestor. “Nós estamos em um momento em que o Brasil precisa de uma ação muito forte no social; as taxas de desemprego são muito altas, a carestia, a inflação também deteriorando a capacidade de compra do povo brasileiro e baiano. Voltamos a compor o mapa da fome e isso nos entristece muito. O Lula vai ter uma missão muito importante novamente, ele vai ter que repetir o discurso de 2003, quando falou que gostaria que os brasileiros tivessem três refeições diárias e nisso a Bahia tem que acompanhá-lo. Não dá pra a gente ver baianos passando fome, sem habitação, vamos ter que voltar um programa arrojado de habitação, o Minha Casa Minha Vida tem que voltar…”, declarou.

Em seguida, mencionou a urgência de serem retomadas outras iniciativas em favor da saúde. Obviamente, para amparar também a população baiana. “Programas como o Samu foram destruídos nesse país; então, nós temos que continuar com o pé firme, com as ações estruturantes. Olha aqui essa região nossa, Litoral Sul: precisamos construir um aeroporto do tamanho dessa região; precisamos voltar urgente a pauta Porto Sul, a duplicação da BR-101. São temas estratégicos que é preciso colocar no orçamento do estado, mas também colocarmos a digital do Governo Federal”.

Falando especificamente sobre o estado que pretende gerir, acrescentou: “Temos que cumprir uma agenda de fortalecimento do emprego, fortalecer a agricultura familiar, o agronegócio, para que a Bahia continue nesta ‘pegada’. Entendo que nossa marca deverá ser muito forte na área social”.

Na linha fartamente explorada “O Time de Lula”, ele fez questão de conceder a entrevista ao lado da chamada chapa majoritária: o pré-candidato a vice-governador Geraldo Júnior (MDB) e do pré-candidato a senador Otto Alencar (PSD). A conversa ocorreu no chiquérrimo ônibus que conduz a “Caravana mais Bahia”.

Rui Costa (ao microfone) foi incisivo em defender a escolha daquele a quem pretende entregar a caneta de governador

Do ‘criador’ à criatura

A conversa com os jornalistas antecedeu a edição do PGP (Programa de Governo Participativo) Litoral Sul, quando a organização calculou a presença de oito mil pessoas na Arena Itabuna. Numa sequência de discursos à la ‘criador e criatura’, o senador e ex-governador Jaques Wagner foi taxativo em reconhecer que Rui Costa pôde realizar tudo que foi projetado lá atrás.

Segundo Wagner, até brinca quando as pessoas perguntam se ele não tem ciúmes diante da notoriedade conquistada por Rui – o que se traduz na reeleição em primeiro turno e no volume de obras inauguradas, inclusive no sul da Bahia. Num discurso também veemente, ele listou sobre o volume de investimentos do governo do estado no sul da Bahia.

Entre eles, o Hospital Regional Costa do Cacau, policlínicas, UPA, o incentivo – e suporte – para que os investimentos no chocolate reerguessem a região. Que o diga a extensão do Festival Internacional do Chocolate, cujos resultados abarcam áreas como economia, turismo, agricultura, junto a tantas outras. “Nunca um governo do estado tinha investido tanto no sul da Bahia”, assinalou, ovacionado pela numerosa plateia.

Já Rui Costa, numa oratória consideravelmente superior a quando foi apresentado ao grande público, também detalhou sobre as realizações dos mandatos e fez críticas contumazes ao principal adversário na campanha. Mas a maior parte da fala exaltou o papel de Jerônimo, lembrando a participação dele na elaboração dos projetos.

Citando obras em execução ou planejadas, ele deu um recado em tom de brincadeira, mas ao mesmo tempo seduzindo o eleitor: “Você que vai inaugurar, Jerônimo”. E completou, lembrando que o pré-candidato veio da zona rural. Aí entrou na esfera do pertencimento, informando tratar-se de um filho do sul da Bahia. Danadinho, não é?

“Ele é um homem da roça, vai ser o governador do interior e é daqui da região, viu, gente? Jerônimo saiu da zona rural de Aiquara para estudar em Jequié, é um exemplo de como a Educação pode transformar a vida das pessoas”, observou.

No último sábado, o PGP reuniu um público estimado em oito mil pessoas