ACM NETO, ITABUNA E 2022


Neto sai da capital, segundo Marci Wense, com uma invejável força política


O ainda prefeito de Salvador, ACM Neto, presidente nacional do Partido do Democratas (DEM), pretende visitar todos os municípios como pré-candidato ao governo da Bahia no pleito de 2022.

Neto sai da capital com uma invejável força política. Além de ter sua gestão aprovada por mais de 70% dos soteropolitanos, elegeu seu sucessor, o demista Bruno Reis, logo no primeiro turno.

Como se não bastassem esses dois ingredientes, ACM Neto tem pela frente uma oposição que caminha para uma inevitável cisão, já que as legendas que integram a base aliada do governador Rui Costa (PT) tendem a um atrito em torno da composição da chapa majoritária.

Ninguém sabe, por exemplo, como vai se comportar o PSD do senador Otto Alencar em relação a decisão do PT de não abrir mão de candidatura própria, obviamente com o também senador Jaques Wagner, que já deixou bem claro sua intenção de disputar o comando do cobiçado Palácio de Ondina.

Em cada cidade, principalmente nos maiores colégios eleitorais, ACM Neto quer ter sua linha de frente, as lideranças políticas que vão recebê-lo quando na sua visita ao município. Em Itabuna, o ex-prefeito Azevedo (PL) e o médico Antônio Mangabeira (PDT) são os nomes dessa, digamos, base de apoio interiorana.

Não à toa que o alcaide de Salvador, quando questionado sobre a sucessão de Itabuna, já de olho em 2022, dizia que tinha dois candidatos, Mangabeira e o capitão Azevedo, evitando assim qualquer declaração que viesse a causar problemas com os prefeituráveis.

Nos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus, a cúpula estadual do DEM até que tentou unir Mangabeira e Azevedo. A missão, considerada muito difícil, foi logo abortada, sequer chegou a dar os primeiros passos.

O apoio do PDT e do PL de Itabuna a ACM Neto deve ser avaliado pela executiva estadual. Essa conversa de que diretório municipal tem autonomia para decidir é frágil. O manda quem pode, obedece quem tem juízo, é o que prevalece. Essa máxima atinge qualquer agremiação partidária. No popular, diria que é “conversa pra boi dormir”.

No caso do PDT, a sucessão presidencial terá forte influência na eleição para o governo da Bahia. Já há um consenso que o apoio da legenda a quem quer ser governador está condicionado à candidatura de Ciro Gomes à sucessão do presidente Jair Messias Bolsonaro.

Ora, o PDT está certo e com muita razão. Vai apoiar candidato ao governo da Bahia que vai fazer campanha para outro presidenciável ? E se ACM Neto decidir pela reeleição de Bolsonaro ou apoiar outro postulante ao Palácio do Planalto?

Portanto, os diretórios municipais vão ficar em compasso de espera. Qualquer posicionamento intempestivo é desaconselháve