A jovem comerciária Vanessa Silva Oliveira, de 23 anos, será sepultada na manhã desta terça-feira (12) e protagonizou uma história com desfecho macabro. Lamentavelmente, ela foi assassinada dentro de um motel, em Itabuna.
O criminoso Alex Santos Martins, para triste e revoltante repetição, foi o então namorado daquela garota. O rapaz, com quem estava se relacionando sem o conhecimento da familia, era um ex-namorado.
Ele passou um tempo fora da cidade, voltou e aquele casal recomeçou o namoro. Como foram até um motel, o homem aproveitou para executar um plano ardiloso e covarde. Matou a namorada no próprio quarto.
Num ato de reconhecimento da besteira cruel que fizera, ele próprio interfonou para a recepção do local, informando o quê havia feito. O restabelecimento encarregou-se de chamar a polícia.
Matou e morreu
Chegando ao motel, a equipe de agentes deu voz de prisão em flagrante. Mas o réu confesso sentiu-se mal na própria viatura. Então, foi levado para o Hospital de Base. Lá, foi constatado o óbito.
No bolso dele, conforme a delegada Magda Figueiredo, havia veneno (o chamado chumbinho). A polícia também encontrou algo como um pedaço de pau. Ou seja, levou com o intuito de matar a companheira.
O jovem, perturbado e maldoso, arquitetou o plano de assassinar a moça na “surdina”, após uma suposta noite de amor. Provavelmente movido pelo ciúme, egoísmo, falta de coragem, ele preferiu matar a mulher e morrer em seguida.
Mais uma história real, marcada pela violência e armadilha a que um sentimento pode levar mulheres e também homens. É doentia a mente que tem a ilusão de poder tratar a pessoa “amada” como propriedade.
Segundo os especialistas, o desfecho de relações desequilibradas é precedido por pequenos atos. Por exemplo, permitir que o homem imponha o comprimento da saia, da blusa, a cor do batom, a forma de cumprimentar o outro…
Dizer não
Enfim, cabe a cada mulher entender e permitir ou não que o seu companheiro a trate com autoritarismo, rispidez, opressão disfarçados de cuidado, carinho, amor.
Permitir que um tratamento doentio evolua para agressão física e/ou moral é escolha. Digamos não! Porque o companheiro, marido, namorado, amante não tem o direito de nos subjugar como se fôssemos propriedade dele.
Pesar coletivo
O feminicídio em questão, como dissemos, envolveu a funcionária de em estabelecimento comercial na cidade de Itabuna. Por isso, o Sindicato dos Comerciários emitiu nota de pesar.
Assim como em diversos coletivos de mulheres, houve uma fala veemente de vereadores Wilmaci de Oliveira (PCdoB) na tarde de segunda-feira (11), no Plenário Raymundo Lima. Enfim, a sociedade está chocada, entristecida, com a notícia triste que abriu a semana.
Estamos a poucos dias da chegada da primavera. Entretanto, para muitas mulheres, o espinho da relação doentia segue deixando rastro de dor, vergonha, raiva. Assim, todas as representantes do gênero feminino bradam.: pela enésima vez, chega!
Chega de machismo, dominação, tapa, puxão , empurrão… Machões frouxos (disfarçados de corajosos), garantam a possibilidade real de encantar uma mulher e dela fazer sua companheira!