Condenado a seis anos pelo assassinato da cabeleireira transgênero Gilberto Arismaldo, a Gil Pantera, Jonilton Santos, mais conhecido como “Pinochio”, vai cumprir a pena em regime semiaberto.
Ele foi julgado na última sexta-feira (11), no Fórum Rui Barbosa, em Itabuna, numa sessão que durou quase 10 horas. O júri foi presidido pela juíza Márcia Cristie Leite Vieira Melgaço.
Ao Diário Bahia, a advogada Jurema Cintra que, além de defender os direitos do Grupo Humanus, atuou como assistente de acusação, relatou que o caso foi histórico, uma vez que teve julgamento e condenação. “A maioria dos crimes em Itabuna nem são solucionados e ficam sem punição. Nos crimes contra LGBT a invisibilidade é maior ainda”, ponderou.
Embora considere a condenação pequena, a advogada ressalta que é preciso reconhecer que o réu tem garantias constitucionais. “Ele [Joilton] não tem antecedentes e o crime não tinha nenhum agravante. Ele já cumpriu três anos em regime fechado”, justificou.
Ciúmes
Segundo Dra. Jurema, o crime, ocorrido em 2007, foi relacionado a ciúmes. A vítima foi morta com vários golpes de faca. Na época, Jonilton confessou o homicídio e alegou legítima defesa.
“A Justiça mostrou que não é com morte e violência que resolvemos nossas desavenças pessoais”, avaliou a advogada. Ela também destacou a atuação do Grupo Humanus, que lutou para que o caso não caísse no rol de crimes insolúveis. “Caso contrário, seria mais um homicídio sem desfecho, sem solução”, disse Dra. Jurema.