Ceplac aposta em recursos e parcerias internacionais


Diretor Juvenal Maynart fala sobre perspectivas e projetos


O diretor da Ceplac, Juvenal Maynart, demonstra entusiasmo com as planos para reconstrução do hoje departamento do Ministério da Agricultura. Em viagem a Brasília, ele concedeu entrevista ao Diário Bahia, quando tratou do novo cenário; as parcerias nacionais/internacionais e as pendências a serem sanadas.

 

O que existe de real no sentido de uma nova Ceplac, para além de retórica dos políticos?

Uma consultoria foi contratada para apontar o modelo ideal para uma nova instituição. Já foi apresentado à cadeia produtiva e ao próprio Mapa [Ministério da Agricultura e Pecuária], na terça-feira (5), os modelos possíveis para a institucionalização, pesquisa e extensão rural, em parceria, numa nova Ceplac, Instituto de Ciência e Tecnologia, construindo parcerias no decreto que regulamenta a nova lei da Inovação no Brasil [nº 9283, de 7 de fevereiro de 2018].

As diferenças internas foram resolvidas?

Em um ambiente organizacional sempre podem existir tensões, mas a crise era de paradigma, hoje já equacionada, até pela proposta da Rede Nacional de Pesquisa e Educação (RNP), que irá implantar a rede de fibra ótica GigaSul, para o universo produtivo e social, onde a nova Ceplac entra como parceira nos braços da pesquisa e extensão rural compartilhada. Já existe a compreensão interna da realidade da era digital.

 Em que a UFSB já tem dado uma contrapartida às áreas cedidas pela Ceplac?

Já foi formalizado um termo de Cooperação Técnica UFSB-Ceplac e, no modelo proposto de planejamento por bacias hidrográficas e projetos por biomas, o primeiro plano de trabalho está em andamento, para o lançamento do novo marco regulatório da extensão rural em sistemas agroflorestais no bioma Mata Atlântica. Não devemos esquecer que o Centro de Tecnologia e Ciências Agrárias da UFSB, em vias de conclusão, em área cedida pela Ceplac, será parceiro na pesquisa básica e extensão rural para as demandas do desenvolvimento regional.

Vocês já têm claras as perspectivas se o sul da Bahia for sede do projeto “Cocoa Action”, da Fundação Mundial do Cacau?

A Ceplac faz parte da gestão científica do projeto, e o Ministério da Agricultura, do Conselho Gestor. A primeira reunião, dos dois conselhos, foi realizada no último dia 6, na sede do Mapa. Se observarmos que 80% da cadeia mundial do cacau são membros da WCF, e o projeto Cocoa Action tem inserção em 170 mil famílias cacauicultoras na África, a chegada do programa é a consolidação de uma grande parceria para uma nova modelagem da extensão rural em sistemas agroflorestais no bioma Mata Atlântica.

 A principal pendência para o hoje departamento é…

A definição do novo modelo, entre os apresentados pela consultoria, e os encaminhamentos institucionais para dar forma à nova Ceplac. Ela caminha para o retorno de sua autonomia, com perspectiva de nascimento do centro de excelência das políticas da lavoura cacaueira-agroflorestais, buscando em parcerias nacionais e internacionais captação de recursos para recuperar a produção da cacauicultura brasileira com qualidade e sustentabilidade.

Que contribuição a Ceplac dá àqueles que já oferecem o chocolate de origem?

As tecnologias utilizadas pelos produtores atuais são difundidas pela Ceplac, e a grande maioria das marcas passou pela incubação pela fábrica-piloto de chocolate da instituição. O desafio é melhorar o volume de amêndoas com qualidade e aroma, para que, em setembro, tenhamos sucesso em nossa proposta do Anexo C do ICCO, que valida esse produto de excelência.

 Qual seu principal projeto à frente desse departamento na região?

Na conjugação do universo das respostas anteriores, que o Brasil deixe de ser importador de amêndoas, uma nova Ceplac em arranjos produtivos em projetos produtivos da cadeia produtiva em bases sustentáveis, e recuperando a dignidade do produtor. A exemplo de Rotas do cacau, que está sendo construído em parceria com o Ministério da Integração, gestor dos Fundos Constitucionais, e o Ministério da Indústria e Comércio.