Como Patrulha Guardiã ajuda a vencer “fantasma” da agressão à mulher


Ligada à Guarda Municipal de Itabuna; mais um suporte à lei Maria da Penha


Núbia de Oliveira está à frente da “Patrulha Guardiã Maria da Penha” em Itabuna (Foto: Pedro Augusto)

Quando se fala em suporte a mulheres vítimas de violência, um grupo que vem se notabilizando em Itabuna é a Patrulha Guardiã Maria da Penha. Ligado à Guarda Civil Municipal, o efetivo de 16 profissionais monitora os casos, para reduzi-los. Segundo a comandante, Inspetora Núbia de Oliveira, o intuito é oferecer atendimento humanizado e inclusivo às vítimas.

Uma vez acionada, a patrulha conduz vítima e agressor. A mulher, para registrar boletim de ocorrência; o homem é flagranteado pelo episódio de violência. A partir daí, equipes fazem relatório do fato e passam a fazer ronda constante naquela residência. “Até que ela tenha a medida protetiva. Lógico que só fazemos isso quando a agressão é encaminhada à delegacia”, explica.

Em seguida, a inspetora ressalta a importância de a mulher perceber que há uma rede para protegê-la. “Resguardando a vida, dando apoio jurídico, psicológico ou qualquer outro tipo de apoio que o CRAM [Centro de Referência de Atendimento à Mulher] pode oferecer”, completa.

Ciclo complexo

A guarda municipal chama atenção para que a sociedade se sinta envolvida nesse percurso, porque nem sempre a mulher agredida dá o primeiro passo. “Não podemos esperar que essa mulher que está no ciclo da violência levante e grite. Muitas vezes, quando chegamos na residência dessa mulher, ela está chorando, cheia de hematomas, diz que não foi agredida; ela só caiu. Porque ela está envolvida num ciclo que não é fácil de se derrubar”, relata.

Núbia assegura que, muitas vezes, a visita da patrulha já interrompeu, por exemplo, uma situação em que a vítima era mantida em cárcere privado. Bastou a chegada da patrulha, uma conversa com ambos e o marido  deixou de aprisionar a esposa. “Ele ficou com medo”, constatou a equipe, após o relato de uma pessoa próxima que havia feito a denúncia.

Embora tenha chegado ao fim o “Agosto Lilás” (mês de combate à violência contra a mulher), toda reflexão é válida, nos demais meses do ano, para seguir o combate ao cenário de agressões motivadas pela falsa sensação de que existe propriedade na relação entre casais.

Um dos telefones é (73) 3214-8285.