Texto e fotos: Celina Santos
Um “mar de gente” feliz, emocionada, num côro com dezenas de milhares de vozes em volume máximo. Assim podemos descrever o show do cantor Edson Gomes, na noite de domingo (17), como atração principal do “Arraiá da Comunidade”, no bairro São Pedro, em Itabuna.
A festa reuniu uma legião de fãs do artista, considerado o “Rei de Reggae”. Mesmo sendo majestade para aquele público, ele surgiu com calça e blusa pretas, mais um casaco jeans. A inseparável coroa era, simplesmente, um boné preto.
Cuidadoso e prestes a completar 68 anos, o principal “reggae-man” da Bahia veio de máscara. Guiado pelos acordes da banda “Cão de Raça” (alguns dos componentes, aliás), ele cantou sucessos que são trilha sonora da nação regueira. Resultado: o público foi ao delírio, em quase duas horas de show.
Preparando terreno
Antes de o pai subir ao palco, a galera entrou no clima ao som de Isaque Gomes, o filho, de 37 anos. Lembra do hit? “Isaque/vamos dançar esse reggae”. Bingo! Já tava todo mundo pronto, para atender ao comando irresistível de Edson Gomes. Ah! Vai rolar uma segunda matéria, decorrente de entrevista concedida por Isaque.
Ao postar na rede social um vídeo sobre o show, Pancadinha disse algo que certamente traduz o sentimento daquela multidão: “Sonho de criança realizado. Obrigado, meu Deus!”. A festa, ao longo de dois dias, reuniu diversas atrações, a exemplo da banda Limão com Mel e O Tubarão.
A ressalva que devemos fazer é que o espetáculo foi bruscamente encerrado, sem direito à tradicional saideira, sob ordem de um tal major da Polícia Militar.
O dia seguinte era uma segunda-feira e esse foi um dos argumentos para encerrar o evento antes de uma hora da madrugada. Tudo bem! Certamente, o tal policial estava “reggaeando” por dentro, não é? Sigamos.
Ao pertencimento
O sucesso de Edson Gomes (como ele diz, “mesmo que o rádio não toque, mesmo que a tv não mostre, aqui vamos nós dançando reggae”) pode ser explicado pelo sentimento de pertencimento garantido nas letras das músicas.
São verdadeiros gritos contra mazelas (ainda) nossas, como racismo, desigualdade social, preconceitos vários, violência X segurança, entre tantos outros. Ou mesmo sobre sentimento, como em “Perdido de amor” (“estou perdido de amor/ vem me namorar, céu”).
No mais, ele exaltou a importância do amor ao próximo, fraternidade, união, valores tão caros na rotina louca de todos nós.
Após a intensa troca de amor dele com o público (e vice-versa), o artista fofo recebeu uma fila de fãs para cumprimentos, abraços, gratidão mútua por aquela noite mágica. Por tudo isso, só resta acrescentar: “aleluia, Jah!”.