Em audiência pública, secretários  detalharam projeto para financiar o desenvolvimento de Itabuna


Para tomar o crédito, o município de Itabuna estabeleceu um programa com três eixos


“O Produto Interno Bruto (PIB) de Itabuna vem caindo ao longo dos anos, situação que se agravou acentuadamente depois de 2018. Atualmente, o município é o 14º PIB baiano, depois de figurar entre a 5ª e 6ª posições no começo da década, iniciada em 2000”. A constatação foi apresentada pela secretária municipal de Planejamento, Sônia Fontes, que participou de audiência pública convocada pelo presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Erasmo Ávila, na noite de segunda-feira, dia 2.
 
Ao lado dos secretários Almir Melo Jr, da Infraestrutura e Urbanismo, e Josué Brandão Júnior, de Governo, a titular da Seplan respondeu questionamentos relativos ao projeto de lei autorizativo para que a Prefeitura possa contratar até US$ 30 milhões para um programa de reestruturação da cidade. Pelo projeto, o município buscará recursos por meio da tomada de crédito com juros variando entre 2% e 2,5%, com carência de cinco anos junto ao Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata).
 
Para tomar o crédito, o município estabeleceu um programa com três eixos: reestruturação urbana e ambiental, expansão da mobilidade urbana e reestruturação dos bairros. Segundo a secretária, o município  está apto à captação de recursos em organismos financeiros nacionais e internacionais para os investimentos necessários a atender o diagnóstico que aponta a necessidade de reconstrução da cidade, inclusive para contribuir na redução das desigualdades sociais, após as enchentes. 
 
O secretário Almir Melo Jr afirmou que Itabuna precisa de recursos para financiar seu desenvolvimento, seguindo o exemplo de outros municípios baianos como Feira de Santana, Alagoinhas, Porto Seguro, etc. que elaboraram projetos semelhantes. “Itabuna agora é a bola da vez. Não pode se apequenar, porque há carências estruturais. Precisamos preparar a cidade para os investimentos que estão chegando como o Porto Sul e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste”, explicou.
 
Presidida pelo vereador Manoel Porfírio (PT), tendo como relator o seu colega Sivaldo Reis (PL), a audiência pública teve dois momentos. No primeiro, os vereadores apresentaram dúvidas e pedidos de esclarecimentos. Depois, pessoas da comunidade fizeram críticas e sugestões para melhorar o projeto. “Vamos acatar as sugestões, porque a cidade demonstra disposição em atrair investimentos”, resumiu a secretária  Sônia Fontes, acrescentando que a lei autorizativa é a 1ª de muitas etapas que ainda envolve o Senado Federal e a Casa Civil da Presidência da República.
 
“Foi motivo de alegria ver a Casa do Povo participando de uma discussão plural, onde a sociedade civil trouxe suas dúvidas para a necessária compreensão do projeto e a transparência. Os técnicos da Prefeitura  de Itabuna vieram sanar as dúvidas. O projeto está amadurecendo, mas as discussões foram importantes”, disse o relator Sivaldo Reis. 
 
“É sempre importante ouvir a sociedade. Mas as pessoas precisam vir à Câmara sempre e não nessas oportunidades onde parece que há combates. A gente precisa que todos entendam que a interlocução pelos interesses de Itabuna deve ser permanente. O Governo do prefeito  Augusto Castro está de parabéns”,  finalizou o presidente da Câmara Municipal, Erasmo Ávila.
 
Ao final, todos entenderam que a cidade empobreceu, assim como a Região Cacaueira, onde não há mais recursos abundantes como nas décadas que antecederam a eclosão da praga vassoura-de-bruxa em 1989. Além disso, as receitas próprias diminuíram o mesmo acontecendo com outros repasses dos governos estadual e federal. “Sem capacidade de tomar crédito, Itabuna não tem condições econômico-financeiras de autofinanciar o seu desenvolvimento. Como recuperou sua saúde financeira a partir de 2021, com a elevação de sua nota para B junto ao Ministério da Economia temos que partir para fontes externas”, concluiu a secretária Sônia Fontes que na tarde de hoje vai discutir o tema em encontro virtual com o Grupo Técnico do Governo Federal (GETEC).