Não vou nem citar todos os fatos que comprovam a falta de prestígio do ex-juiz Sérgio Moro no governo Bolsonaro. Com certeza, seriam mais de cinco.
E olhe que Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública, foi considerado uma das mais importantes nomeações da cota pessoal do presidente Jair Messias Bolsonaro.
A última inconteste prova de que Moro anda meio esquecido no staff bolsonariano, até mesmo pelo chefe do Palácio do Planalto, é o decreto de armas sem o parecer do ministério da Justiça.
Que coisa, hein! Decreto sobre o porte de armas, com várias categorias podendo colocar um révolver na cintura, em uma espécie de bang-bang institucionalizado, sem ouvir sequer a opinião do ministro da Justiça.
Aquele Sérgio Moro de priscas eras, como diria o saudoso jornalista Eduardo Anunciação, da imprescindível Operação Lava Jato, foi substituído por um Moro que não é o Moro juiz, senhor absoluto de suas decisões. O Moro agora é subordinado ao homem forte do Poder Executivo.
A situação chegou a um ponto que caminha a passos largos para o insustentável. Ou seja, um pedido de demissão já não é algo que cause surpresa e nem espanto.
Sentindo que as nuvens estão cada vez mais cinzentas, que o céu não é de brigadeiro, a bancada do PSL no Congresso Nacional exige que o Planalto fique solidário com o ministro Moro.
É bom lembrar que a Operação Lava Jato robusteceu o antipetismo, sem dúvida o maior “cabo eleitoral” do então candidato Bolsonaro.
Nos bastidores, em conversas reservadas, pessoas bem próximas do ex-juiz são da opinião de que ele só espera o momento certo de deixar o governo.