Vingança. Esta, provavelmente, deverá ser uma das linhas de investigação da polícia no caso da morte do cigano Jal Rodrigues Marques. O homem, que foi a quinta vítima da violência neste mês de julho e a 77ª do ano, foi executado no início da noite de segunda-feira (18), no bairro Jaçanã, em Itabuna.
Na noite em que foi morto, Jal dirigia um veículo Gol, de placa PJZ-1137. Quando passava pela rua Isaura Pinho, o carro dele foi interceptado por dois homens em uma motocicleta Bros, preta, de placas não anotadas. O motorista foi executado com aproximadamente quatro tiros de pistola calibre 380. Um dos disparos atingiu o rosto, deixando a face completamente desfigurada. Os demais tiros alvejaram as costas e nádegas. Jal morreu na hora.
A esposa da vítima, Luciene Dantas da Silva, de 41 anos, que estava dentro do automóvel, ao lado do marido, também foi baleada. Ela foi atingida em uma das pernas. A cigana foi socorrida pelo Samu e levada para o Hospital de Base, onde foi medicada e liberada algumas horas depois.
O pai, a irmã e o filho do cigano Jal Marques estiveram no local do crime. O desespero foi grande, sobretudo por parte de um dos filhos da vítima. A criança, que aparenta ter seis anos de idade, gritava, descontrolado, diante do corpo inerte do pai: “Não me deixe não, painho!”, apelou. A cena comoveu as dezenas de pessoas que se aglomeraram na rua, palco do assassinato, e até policiais e peritos do Departamento de Polícia Técnica.
Suspeitas como latrocínio foram, de imediato, descartadas pela polícia, uma vez que nada do cigano foi roubado pelos assassinos. As características de uma execução sumária prevalecem: tiros, praticamente à queima-roupa e em alguns locais vitais. Por enquanto, o crime ainda está cercado de mistérios. A polícia tenta descobrir se houve ou não mandantes. Testemunhas já começaram a ser ouvidas.
O cigano morava no bairro Novo Jaçanã.
Atentado
Ainda na segunda-feira (18), no final da tarde, um homem, identificado como José Antônio Santos, foi alvejado na perna esquerda durante um atentado, no bairro Nova Esperança, imediações do presídio de Itabuna. O alvo dos criminosos, acredita a polícia, seria o ex-detento Luciano Conceição Neves, que tinha acabado de deixar a prisão.
José Antônio dirigia um veículo Gol, preto, e tinha ido, em companhia de mais duas mulheres, buscar Luciano. Assim que o grupo saiu do presídio, foi surpreendido pelos atiradores. Mesmo ferido, o motorista conseguiu dirigir o veículo até o entroncamento de Itapé, onde manteve contato com a polícia daquela localidade.