Exemplo de superação, pedreiro completa 30 anos de hemodiálise


Aos 49 anos, luta desde a adolescência contra problema renal


Rosenildo luta contra um problema renal desde os 18 anos

O pedreiro Rosenildo Moura dos Santos tinha 18 anos de idade quando uma médica informou que ele precisava iniciar, com urgência, sessões de hemodiálise porque os seus rins deixaram de funcionar. No início, Moura imaginou que não sobreviveria mais por tanto tempo, sobretudo porque o processo, na época, era arcaico e muito desgastante. Por isso, a maioria dos pacientes da diálise tinha pouco tempo de vida.

Na flor da juventude, com muitos sonhos pela frente, Rosenildo Moura decidiu que tentaria levar uma vida normal. Na maior parte desses 30 anos em que é atendido no Serviço de Nefrologia da Santa Casa de Itabuna, ele trabalhou duro para garantir o sustento da família. “Tinha uma vida normal. Nunca tive medo de trabalho. Eu mesmo que construí a casa onde moro em Itajuípe. Fiz tudo. Da base à pintura”, conta, orgulhoso do feito. O pedreiro ainda pilota moto e faz atividades mais leves.

Rosenildo Moura, hoje com 49 anos de idade, casou-se, mas preferiu não ter filhos. Há dois anos, depois de ser submetido a uma cirurgia em uma das pernas e contrair uma bactéria no local do procedimento, o pedreiro não mais conseguiu executar as atividades mais pesadas. Depois disso, ele passou a se locomover com ajuda de muletas. “Antes trabalhava como pedreiro e pintor. Fazia tudo que as pessoas sem complicação de saúde fazem”, relata.

Rosimeire, irmã de Rosenildo, fez hemodiálise durante 12 anos, até transplante de rins na Santa Casa

Internamento

O pedreiro recorda-se do dia em que a médica nefrologista Célia Kalil decidiu pelo seu internamento porque estava sofrendo uma crise renal. “Ela disse que o risco era grande de me liberar e eu sofrer um infarto no retorno para casa porque minha pressão era muito alta. Ela passou uma bateria de exames e descobriu que eu sofria com complicações renais. Tive de passar por um procedimento que ficava 24 horas de barriga para cima. Era muito desconfortável”, lembra-se.

Rosenildo Moura conta que os 13 primeiros anos de tratamento foi de muito sofrimento para ele porque, na época, não havia tecnologia disponível que tem hoje. “Conheci muita gente que não resistiu ao tratamento que era feito em uma máquina tanque. Salvava muitas vidas, mas matava muito também. Até hoje tenho sequelas causadas pela máquina, que não conseguia o processamento que as novas fazem hoje”.

Rosenildo não é o único da família Moura a ser submetido a sessões de diálise. A irmã dele, Rosimeire Moura dos Santos, fez o procedimento durante 12 anos. Até ser submetida ao transplante de rins na Santa Casa de Itabuna, em março de 2013, e segue com a vida normal.  “Graças a Deus, ela está bem”.

Doença crônica

Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, a doença renal crônica (DRC) se caracteriza por lesão nos rins que se mantém por três meses ou mais, com diversas consequências, porque os rins têm muitas funções, dentre as quais regular a pressão arterial, filtrar o sangue, eliminar as toxinas do corpo, controlar a quantidade de sal e água do organismo e produzir hormônios que evitam a anemia e as doenças ósseas.

Esta matéria faz parte de uma série produzida pela Santa Casa de Itabuna para mostrar a importância dos cuidados para evitar as doenças renais e lembrar o Dia Mundial do Rim, celebrado na quinta-feira (11). Neste ano a campanha nacional tem como tema principal “Vivendo bem com a doença renal”.