A impopularidade de Fernando Gomes, no quinto mandato como prefeito de Itabuna, provoca o surgimento de muitos pré-candidatos na sucessão de 2020. A maioria achando que é a “bola da vez”.
Tem postulante para todos os gostos, interesses e de várias profissões. O número de prefeituráveis já chega a onze, mas, no frigir dos ovos, somente quatro ou cinco estarão na disputa.
Mais da metade lança o nome de olho em ser vice de quem se encontra melhor colocado nas pesquisas de intenção de votos ou visando algum cargo no cobiçado Centro Administrativo Firmino Alves.
Tem também os que adoram os holofotes, notinhas na imprensa, seja nos jornais ou em programas de rádio. Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que não se elegem nem para vereador.
Ainda existe muita gente que acredita que Fernando Gomes será novamente candidato, mas faz uma ressalva: depende do governador Rui Costa (PT). O fernandismo acha que se o petista-mor da Bahia entregar o que prometeu, o alcaide se anima e vai atrás de mais um mandato, o sexto.
Nos bastidores, o que se comenta é que o chefe do Executivo não estaria disposto a ter FG como aliado. Sua declaração de que “a cidade precisa de gestor para fazê-la crescer” foi interpretada como o começo de um divórcio político, não se sabe se consensual ou litigioso.
Rui Costa ficou muito impressionado com a postura do médico Antônio Mangabeira. O pedetista, o deputado federal Félix Júnior, presidente estadual do PDT, e outros colegas de legenda estiveram com o morador mais ilustre do Palácio de Ondina. O encontro foi institucional a pedido do governador.
Mangabeira vai disputar a sucessão do prefeito Fernando Gomes, até hoje sem agremiação partidária depois que rompeu com o prefeito soteropolitano ACM Neto (DEM).
Mangabeira sabe que terá que percorrer um caminho diferente de 2016, buscando o diálogo com outras forças políticas preocupadas com o futuro de Itabuna.
“Vou conversar com todos que queiram tirar a nossa cidade dessa situação, tudo dentro da ética e dos princípios que norteiam a boa política. A política com P maiúsculo, como diz Wense”.
Além de médico, o “doutor”, como é conhecido nos bairros, é formado em administração de empresas, direito, estudante de engenharia civil e presidente do diretório municipal do PDT.
No último pleito, sucessão de 2016, obteve 18.813 votos, sendo o segundo mais votado, superando a soma da votação de Geraldo Simões (PT), ex-gestor de Itabuna por duas vezes, e Davidson Magalhães (PCdoB). Derrotou também o ex-prefeito Capitão Azevedo e o tucano Augusto Castro.
Como candidato a deputado federal, Mangabeira aumentou sua votação em Itabuna, com 19.943 sufrágios. É o primeiro suplente do Partido Democrático Trabalhista e pode assumir o cargo com o pedido de licença de Félix Júnior. No total, obteve quase 30 mil votos.
A campanha municipal já começou. Assim como no direito, a política não costuma socorrer os que dormem.
O discurso dos banqueiros
“Banqueiros pedem união para que o país possa virar a página”, essa foi uma das manchetes da Folha de São Paulo na edição do último dia 5.
“´Passada a eleição, é virar a página. Unir o país. Precisamos de um país que ande para frente, com crescimento”, disse Roberto Setúbal, presidente do Conselho de Administração do Itaú Unibanco.
Claro que ninguém, pelo menos em sã consciência, deseja um Brasil sem rumo. Torcer pelo “quanto pior, melhor”, como fazem alguns petistas, é de uma inominável irresponsabilidade. É ser idiota e imbecil.
Agora, esse discurso bonitinho com viés de demagogia patriótica dos senhores donos de instituições financeiras não combina com suas práticas, mais especificamente na ganância por mais dinheiro.
Os senhores banqueiros deveriam se unir para baixar as escandalosas e desumanas taxas que cobram dos clientes. Aí, sim, colocariam em prática suas “preocupações” com o país. Se assim não proceder, tudo não passa de oba-oba, de declarações para agradar o presidente da República de plantão.
Olhe, caro e atento leitor, só para ficar em um único ponto, veja a média das taxas em relação ao uso do cheque especial da pessoa física, já que na jurídica a “facada” é maior.
Taxas de cheque especial pessoa física: em torno de 12,50% ao mês e 310% ao ano. A sabedoria popular, nessa situação, diria que “não tem doutor que aguente”. Se o doutor não aguenta, imagine quem não é doutor.
Vale lembrar, segundo levantamento divulgado pelo Sindicato dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), em julho de 2017, que os principais bancos comerciais em atuação no Brasil figuram entre os maiores devedores à união, com uma dívida de mais de R$ 124 bilhões.
Portanto, que os senhores banqueiros se reúnam para diminuir essas absurdas taxas, sem falar nas dos cartões de crédito. Não à toa que seus lucros chegam a bilhões de reais somente no semestre.
O pior é que entra e sai governo e tudo permanece como dantes no quartel de Abrantes. A frieza e a insensatez são as marcas do perverso capitalismo do mundo financeiro.
O saudoso sociólogo Selem Rachid Asmar usava a expressão “Pobre Região Rica”, se referindo ao sul da Bahia, para demonstrar sua indignação pela insensibilidade dos governantes e da sociedade com os mais necessitados.
Se vivo fosse, Selem, que foi meu companheiro de Diário Bahia, usaria “Pobre Brasil Rico”, para definir a cada vez mais escancarada tendenciosidade a favor dos abastados.
Leite derramado
Segundo relatos da jornalista Mônica Bergamo, jornal Folha de São Paulo, Lula disse a Haddad, na sua primeira visita ao petista-mor depois da eleição, que não esperava a ausência de Ciro no apoio ao presidenciável no segundo turno.
Outra declaração do ex-presidente é que costuma separar as questões políticas do campo pessoal. Logo em seguida, com o terreno já adubado, disse que “Ciro é um ser humano que vale a pena”.
Em relação aos futuros julgamentos, mostrou-se cético, que o “clima no país dificulta uma análise serena de sua defesa”.
Ora, ora… o senhor Lula queria o quê, que Ciro Gomes apoiasse Haddad depois de tanto massacre arquitetado por ele de dentro da cadeia? Ora, ora…quer dizer que Ciro só vale a pena na questão pessoal, na política é desprezível?
Ora, ora, se queixa agora dos julgamentos. Quem mandou fazer coisa errada, ser, no mínimo, conivente com os mensalões e petrolões da vida?
E, por último, quem mandou escolher um “poste” para disputar a presidência da República? O ceticismo de Lula é uma realidade que vai durar por muito tempo.
Pois é. Bolsonaro presidente, Moro superministro da Justiça, vagas no STF a serem indicadas durante o governo bolsonariano, o gigantesco antipetismo e generais por todos os lados.
E o pior, para o desespero do lulopetismo, é que Luiz Inácio Lula da Silva responde a vários processos, um atrás do outro.