O Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), investiu R$ 1,2 milhão no apoio aos catadores de resíduos recicláveis durante o Carnaval de Salvador em 2023. A ação envolveu a distribuição de fardamento e equipamentos de proteção individual (EPIs), como botas, luvas e protetores auriculares, além de equipamentos como balança e caminhão para centrais de coleta de resíduos.
Ao todo, são 1.840 catadores de materiais recicláveis beneficiados pela iniciativa que promovida há 16 anos pelo Estado. Para a execução do projeto, 11 centrais de recolhimento foram instaladas no circuito da folia em locais estratégicos. Duas delas estão na Rua Marques de Leão e outra em frente ao Teatro do Isba, em Ondina. Cinco cooperativas parceiras (Cooperguary, Recicla Conquista, Rede Cata Bahia, CRG Bahia e Rede Recicla Salvador/ Recicla Bahia) compram o material coletado pelos catadores e armazenam para comercialização posterior às empresas de reciclagem. As cooperativas pagam preço justo e evitam a ação de atravessadores.
A diretora de políticas e planejamento ambiental da Sema, Luana Pimental, explicou que o projeto tem o objetivo de dignificar o trabalhador durante o Carnaval e destacar o serviço ambiental que eles realizam. “O trabalho do catador favorece o meio ambiente. Muitas vezes esse resíduo vai para a praia, vai para o mar, gerando esse impacto na natureza”, disse gestora.
A expectativa das centrais é coletar mais de 90 toneladas de resíduos sólidos para reciclagem durante o evento. A ação também promove a valorização dos catadores de materiais em sintonia com a Agenda Bahia do Trabalho Decente (ABTD).
*Carbono zero*
O Selo Carbono Zero, iniciativa da Sema e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), concede o título às instituições que se comprometerem a neutralizar as emissões de gases do efeito estufa (GEE), com a meta de transformar o carnaval em um evento ‘carbono zero’ até o ano de 2030.
O titular da Sema, Eduardo Sodré Martins, destacou a responsabilidade do estado na condução de políticas públicas que reduzam os efeitos climáticos. “O clima do planeta está mudando e são cada vez mais comuns episódios de calor extremo, secas rigorosas, chuvas torrenciais e enchentes que impactam seriamente nossas cidades, inclusive no Estado da Bahia. O setor público assume papel central nessa empreitada, devendo conduzir as políticas públicas sobre o tema e protagonizar a adoção de medidas socioambientais adequadas em termos climáticos, além de fomentar e apoiar as adequações e mudanças de paradigmas no setor privado e na sociedade de uma maneira geral”, ressaltou gestor da pasta.
Podem participar do projeto todas as instâncias envolvidas no Carnaval de Salvador, como blocos, trios, transportes, camarotes, movimentos festivos e hotelaria. O trabalho consiste em identificar as principais fontes emissoras de GEE antes, durante e depois das festividades, estipulando metas a serem alcançadas como o controle, redução destas emissões, compensação daquelas que não poderão ser evitadas, e redução do volume gerado. Além da destinação adequada dos resíduos sólidos, tratamento adequado dos efluentes líquidos e outras ações.
Foto: Divulgação/GOVBA