Elas trabalham, enfrentam as dificuldades da vida, já experimentaram dar à luz, mas não se afastam de um sonho: encontrar a mãe, Josefa Joselita Vieira dos Santos. Estamos falando das irmãs Regiane Vieira Amorim, de 33 anos, e Regineide Vieira Amorim, de 31. Elas foram abandonadas aos 9 e 7 anos, respectivamente.
Desde então, labutaram em casas alheias, moraram de favor em cidades diferentes e relatam uma história aqui compartilhada, na tentativa de localizar a mulher, que estimam ter hoje 47 anos.
O pai delas é José Raimundo Vieira de Jesus Amorim, de 54 anos, que viveu um relacionamento conturbado com Josefa, num distrito do município baiano de Ribeira do Amparo. As moças, mesmo constrangidas, revelam que ele é alcoólatra, o casal tinha brigas e tais desentendimentos eram marcados por agressões.
Aquela mãe, então uma jovem de 23 anos, decidiu abandonar o lar – e nele as filhas pequenas. “Só lembro que fiquei rastejando aos pés dela, com sete anos. Pendurando na saia dela: ‘leva a gente, leva a gente!’ Ela disse que vinha buscar, mas nunca veio. Essa é a pior dor pra mim”, desabafa Regineide, entre lágrimas.
Encontros e desencontros
As duas filhas ficaram morando com o pai e a avó. Porém, a mais velha foi buscada por terceiros para morar com a mãe no município de Salgado, em Sergipe. E lá ficou até 12 anos, quando Josefa iniciou um segundo casamento e a mandou, sozinha, de volta para a Bahia. “Fui pro norte e fiquei na roça, na casa de um e outro”, recorda, acrescentando ter vindo até Itabuna aos 14, para trabalhar como babá.
Já Regineide, foi morar com o pai em São Paulo, até completar 11 anos. Voltou à terra natal com a morte da avó. Daí, passou a viver na casa de tios e/ou outras pessoas conhecidas. “Quem me quisesse eu ia”, lembra, revelando que – a exemplo da irmã – veio para Itabuna aos 13, para ser cuidadora de uma idosa.
A trajetória seguiu, Regiane se casou aos 14, é mãe de um filho de 16 anos e tem uma barraca na feira do São Caetano, onde mora. E a irmã caçula, Regineide, também casada, tem filhos de 14 e cinco anos.
Trabalha como manicure e mora num bairro próximo, o Pedro Jerônimo. Enquanto isso, a única pista de Josefa Joselita é que nasceu em Tobias Barreto-SE. Entretanto, nem os parentes de lá sabem dela.
“A gente só quer acolher nossa mãe”
Mesmo com as dores de uma caminhada sofrida, sem conhecer até hoje o paradeiro da mãe, Regiane e Regineide alimentam o maior desejo dos dias delas. “Hoje eu só quero saber por que o sumiço dela e acolher. Deleta tudo do passado, a gente só quer acolher nossa mãe”, resume Regineide. Ao que Regiane completa: “A gente vai rir, vai chorar, vai tudo junto”.
Quem tiver qualquer informação sobre onde se encontra Josefa Joselita Vieira dos Santos pode telefonar para (73) 98831-0822 ou (73) 99155-9294 (falar com Regiane) e (73) 98873-5708 (Regineide).